Por que inovações na guitarra são cada vez mais raras, segundo Tosin Abasi

Tosin Abasi, do Animals as Leaders, é um dos guitarristas mais inovadores dos últimos tempos. Porém, ele acredita que a guitarra não está tendo a evolução que merecia em termos de técnicas e explica o motivo.
Foto: divulgação

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Tosin Abasi é, certamente, um dos guitarristas mais inovadores dos últimos tempos. O músico tem se destacado com a banda de metal progressivo Animals as Leaders por sua incessante busca em criar novas sonoridades, incluindo pelo uso de uma guitarra de 8 cordas.

Porém, é importante reconhecer que Tosin Abasi faz parte da exceção, não da regra, entre os guitarristas da atualidade. Muitos músicos, como Mark Tremonti, do Alter Bridge, até dizem que não há mais nada para se inventar dentro do instrumento.

Em entrevista ao youtuber Rick Beato, com transcrição do Ultimate Guitar, Tosin Abasi demonstrou não concordar com a falta de inovação da guitarra. O músico também buscou apontar por que o instrumento não tem sido “reabastecido” com novidades ao longo dos últimos tempos.

Inicialmente, Abasi contou que, durante o isolamento provocado pela pandemia do novo coronavírus, tem se dedicado a melhorar na produção. “Acho que o músico moderno também precisa ser produtor. É uma nova realidade para alguns músicos. É algo bom para os novatos: basta ter um notebook ou um setup de gravação caseira para fazer demos completas. Estou um pouco atrasado nisso”, disse.

Em seguida, o músico disse que tem trabalhado cada vez mais em técnicas diferentes para tocar guitarra, inclusive algumas que vão contra algumas “regras” que aprendemos, como a palhetada alternada. Uma delas é a “palhetada seletiva”, ou “selective picking”, onde pula uma ou mais “palhetadas”, substituindo com a força do hammer-on na mão direita, para reproduzir uma sonoridade específica.

O entrevistador, então, pergunta por que as técnicas em questão não foram criadas décadas atrás. Abasi respondeu: “Boa pergunta. Muitas pessoas são inspiradas pela música que já ouviram, então, isso envolve emular sons. Você quer recriar os sons dos seus ídolos ou de suas músicas favoritas e fazer o que fizeram, o que é compreensível”.

Por outro lado, ele não se encaixa nesse tipo de trabalho musical e está sempre em busca de um som próprio. “De vez em quando, alguém chega com uma novidade, tipo tapping com as duas mãos (two hands) e você pensa: ‘uau, por que ninguém nucna pensou nisso?’. Daí, isso entra para a consciência coletiva dos guitarristas e deixa de ser algo novo. Fica difícil encontrar coisas que nunca foram feitas antes e nem todos estão motivados a produzir sons novos. Tem aqueles que só querem soar como John Mayall ou Stevie Ray Vaughan, e tudo bem, mas eu também quero criar sons novos”, afirmou.

Para se inspirar, Tosin Abasi revelou que ouve muita música que não tenha guitarra. “Existem algumas coisas que são contra-intuitivas e sempre há uma curva de aprndizado nisso. Se você já sabe tocar, existe todo um trabalho de uma vida para melhorar sua técnica tradicional. Não é sempre que você para e diz, por exemplo: ‘oh, deixe eu começar a usar a palheta e três dedos ao mesmo tempo’. Fica parecendo que você virou iniciante de novo e isso é frustrante”, disse.

Uma das grandes referências de Abasi na música não é nem um guitarrista, mas, sim, um baixista. “Eu me inspiro por baixistas que tocam de forma virtuosa, como Victor Wooten. Fiquei envolvido com a agressividade do som dele, mas ele usa de um jeito no funk, não no rock. Aí eu penso: ‘cara, aposto que se ele tocar isso dentro do metal, vai ficar muito louco'”, afirmou.

Confira a entrevista na íntegra (em inglês, sem legendas):

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