Intenso do início ao fim, Nheengatu trouxe aos fãs uma sonoridade próxima à versão mais celebrada da banda, da década de 1980, quando Cabeça de Dinossauro chegou às lojas, em 1984. “A gente se surpreendeu com a recepção que o disco teve, os fãs abraçaram a proposta. Acertamos!”, comemora Bellotto. Seguro do repertório, o grupo, inclusive, baniu os sucessos de Cabeça de Dinossauro do novo show. “é uma provocação, gostamos das músicas e sabemos a importância delas para a nossa história, mas é uma maneira interessante de brincar com nosso repertório”.
Apesar de aclamado, o caráter político de Nheengatu afastou o Titãs dos grandes veículos. “Nós entendemos os motivos, mas é uma sensação paradoxal. A aceitação foi tremenda, mas ninguém quer tocar as músicas”. Entre os temas abordados por Nheengatu estão questões de delicadeza latente, como a violência policial, pedofilia e estupro, fator que, para Bellotto, distanciou o álbum de rádios e emissoras de televisão. “Nosso cenário político é absolutamente histérico. é importante que as pessoas se posicionem, mas não há a menor intenção de debater os problemas”.
Propositalmente conflituoso, Nheengatu é tido pelos integrantes do Titãs como um momento muito importante na longa carreira da banda. “A vontade de registrar a turnê foi nossa. Achamos que as performances tem uma carga visual muito forte e que dialoga de maneira muito interessante com as letras. Queremos registrar isso”.
SERVIçO
Nheengatu
24 de abril, sexta-feira, às 22h
Audio – Av. Francisco Matarazzo, 694 – Barra Funda – São Paulo
Ingressos: R$ 250
Informações: www.ticket360.com.br
As informações são da Rolling Stone.