Joe Satriani dá dicas para guitarristas evoluírem em escalas, como pentatônica

Joe Satriani falou sobre como estudar e absorver escalas na guitarra. O músico destacou que o contexto e a construção de influências são essenciais.
Foto: divulgação

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O guitarrista Joe Satriani falou sobre como estudar e absorver escalas na guitarra durante entrevista ao Total Guitar. O músico destacou que o contexto em que cada padrão é usado e a audição de músicas para construir referências são essenciais para evoluir nesse sentido.

Inicialmente, Satriani foi perguntado sobre como aprimorar o uso de escalas pentatônicas e relacionadas ao blues. “Você precisa ser fiel a si mesmo. Na NAMM (evento nos Estados Unidos), vi tantos guitarristas talentosos que não copiam ninguém. A internet é ótima, mas também tem o risco de homogeneizar, pois você pode aprender rapidamente como alguém faz alguma coisa”, respondeu.

O músico apontou que a originalidade é importante, mas entende que nem todos optam por esse caminho, seja pela falta de oportunidade ou pela timidez. “Soa como uma sessão de terapia, mas é importante ser você mesmo. Você precisa entender quem você é e do que gosta, independentemente do que outras pessoas falem”, afirmou.

Em seguida, ele citou um exemplo de Eric Clapton. “Uma vez, li que Clapton, ainda jovem, se trancou por um tempo e não ouviu nada além de blues americano, para cultivar seu som próprio. Não sei se é verdade, talvez foi descrito de forma equivocada para parecer didático, mas percebi que era Clapton descobrindo do que ele mais gostava e, de forma quase purificadora, se afastando de coisas que ele não curtia”, afirmou.

Por isso, Joe Satriani aponta que as influências são importantes para que cada músico “se encontre”. “Isso fez total sentido. Você deve se cercar de coisas que ama, para que, quando você suba ao palco, não tenha que fingir. Seja você mesmo”, disse.

‘Contexto é tudo’, diz Joe Satriani

Em outro momento da entrevista, Joe Satriani falou sobre o uso de modo lídio em muitas de suas músicas famosas. “Contexto é tudo. Se você toca uma escala para alguém que cresceu com ela, será absorvida como algo rotineiro. Se tocar para alguém que nunca ouviu, pode soar exótica. Na música ocidental, somos fascinados pelas 12 notas do sistema e ficamos apenas tocando elas”, afirmou.

Satriani apontou que, na China da antiguidade, as pessoas estavam mais interessadas pelos harmônicos produzidos pelos sinos do que pela repetição das mesmas 12 notas. “Eles ficaram intrigados com a música clássica e não entendem por que não ficamos repetindo as mesmas 12 notas. Na música clássica indiana, o uso de escalas também é completamente diferente”, disse.

O músico, então, destacou uma limitação entre guitarristas de rock. “Não tem nada a ver com a forma como guitarristas de rock pensam. Uma música tem sua tonalidade e isso não muda, não importa o dia ou o local. Se está em F# lídio, é isso. A forma como somos educados afeta nossa resposta a essas notas”, afirmou.

Em seguida, é citada uma nova música de Joe Satriani, ‘All For Love’, do álbum mais recente, ‘Shapeshifting’, que explora a escala menor harmônica. Novamente, ele diz que tudo se trata do contexto em que é usado.

“Poderíamos usar várias escalas, mas não significam nada até que seja feita uma música de fato. Se eu tocar uma escala menor harmônica em um boogie, não funciona. ‘All For Love’ tem uma tensão natural, você pode sentir a cadência chegando enquanto eu volto para a escala menor. Coloquei uma técnica estranha nessa faixa, tensionando os dois dedos na primeira corda e soltando o segundo enquanto flexibilizo a tensão, permitindo a nota descer até sua posição natural”, afirmou.

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