Steve Vai explica por que Kurt Cobain e Billie Joe Armstrong são virtuosos na guitarra

O guitarrista Steve Vai foi perguntado sobre o nível de técnica de músicos como Kurt Cobain, do Nirvana, e Billie Joe Armstrong, do Green Day. A resposta é surpreendentemente educativa.
Foto: divulgação

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O guitarrista Steve Vai foi perguntado sobre o nível de técnica de músicos como Kurt Cobain, líder do Nirvana falecido em 1994. Embora não fizesse solos complexos no instrumento, Cobain era visto como um grande rockstar e habilidoso dentro do que se propunha a fazer.

Em entrevista ao Ultimate Guitar, Vai falou sobre o assunto e destacou que artistas como Kurt Cobain e Billie Joe Armstrong, frontman do Green Day, são virtuosos dentro de suas propostas. Para ele, também há complexidade envolvida no estudo de acordes e power chords, não só em solos.

“Quando a intenção de um músico é forte, nada os impede. Kurt Cobain é um grande exemplo. Ele fez a música que queria fazer. Quando ouço Nirvana… não sei o quanto de teoria musical ele conhece, mas ele conseguiu se desenvolver o suficiente para expressar seu ponto de vista. Não precisava ser um virtuoso da forma convencional”, afirmou.

Steve Vai explicou, em seguida, que há outras formas de se tornar um virtuoso na guitarra. “Esse jeito de tocar, com aqueles acordes e a forma que ele fazia os arpejos de acordes, caindo depois em uma pegada explosiva… enquanto eu estudava escalas e coisas de virtuosos tradicionais, ele (Kurt) estava desenvolvendo seu trabalho de acordes de um modo bem conectado”, disse.

Logo após, o guitarrista fez elogios a Billie Joe Armstrong. “Vejo isso em caras como Billie Joe Armstrong também. Quando você aquele cara mandando ver nos acordes, é algo virtuoso de um certo modo, pois soa como uma orquestra quando ele fere as cordas da guitarra. Cada corda parece ter seu ‘endereço’ no som, entende? Kurt era assim também. Muitas pessoas não os veem como virtuosos, mas eles trazem conexão com o que faziam. Eles encontraram a zona de conforto deles com a técnica deles”, afirmou.

Vai deu mais exemplos, como os do jazzista John McLaughlin e do ídolo do folk, Bob Dylan. “Você vê alguém como John McLaughlin e como Bob Dylan, que também precisaram de suas diferentes técnicas para expressar seus pontos de vista. Todos precisam de um pouco de técnica e vão gravitar naquilo que soa mais apropriado para eles. Se não, eles ficam confusos demais com todo o resto do mundo falando o que eles devem fazer. Eles precisam confiar nos próprios instintos”, disse.

O aprendizado de Steve Vai

Durante a entrevista, Steve Vai foi questionado sobre o momento em que a curva de aprendizado dele na guitarra foi mais acentuada. “Tudo tem seu devido lugar na trajetória. No ensino médio, eu me divertia tocando nessas bandas de rock de pubs sombrios em Long Island, mandando Kiss, Led Zeppelin, Aerosmith. Depois, fui para a escola de música Berklee onde trabalhei com coisas complexas”, afirmou.

O guitarrista se recordou de uma situação em que os colegas se recusavam a aprender algo específico, por ser difícil demais, enquanto ele se dedicava. “Muitas pessoas olhavam para os polirritmos e diziam: ‘meu Deus, não quero aprender isso, é complicado demais’. Já eu tinha um interesse real porque via um potencial nos polirritmos para desenvolver uma melodia. Não foi difícil para mim. Foi desafiador, mas era delicioso, sabe?”, disse.

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