A banda americana, que veio pela primeira vez ao Brasil, se enquadra no chamado post-rock. O termo foi criado por Simon Reynolds, crítico musical inglês, em 1994, ao definir o som do disco Hex, da banda Bark Psychosis. Rótulos e formalidades à parte, a sonoridade do Explosions In The Sky toca (e bate forte) na alma – é mais fácil definir assim.
O clima frio e levemente chuvoso que a capital paulista apresentou foi perfeito para o som do grupo. O show começou às 21h30 – pontualidade inerente às apresentações realizadas pelo SESC (o evento ocorreu na unidade Belenzinho). O guitarrista Munaf Rayani deu as boas-vindas, e os caras já começaram com um dos maiores sucessos, “First Breath After Coma”.
O grupo conta com três guitarristas (Michael James e Mark Smith completam o time). A sintonia entre eles é absurda. As linhas não se chocam, pelo contrário: se complementam de tal forma que lembram uma orquestra – orquestra essa que soa visceral e suja em muitos momentos. Mas não se engane: o som de guitarras do Explosions In The Sky é prioritariamente limpo. Os amplificadores Fender valvulados garantem um som lindo e cintilante, acompanhados pelos efeitos de reverb e delay para dar a ambiência envolvente característica do conjunto. No palco, os instrumentos utilizados foram uma Fender Toronado, uma Ibanez Talman e uma Stratocaster, além de um baixo Precision.
Um dos principais momentos foi a música “Your Hand In Mine”, talvez a mais conhecida da banda. Confira a gravação realizada por Rodolfo Yuzo:
Na plateia, era possível ver pessoas com todas as feições: sorrindo, pensativas, de olhos fechados, chorando. A música do Explosions é conhecida por transportar os ouvintes a outros lugares. Cada um presente no SESC estava em seu próprio mundo imaginativo, e aposto que não queria sair de lá tão cedo.
Após nove músicas, o show acabou às 23h, mas o impacto que o Explosions In The Sky deixou em cada um vai durar por muito, muito tempo. Até a próxima visita ao Brasil, no mínimo.
Texto por Fernando Paul.