A Fender é uma das mais clássicas fabricantes de guitarra do mundo, mas, conforme a própria empresa avalia, sempre houve uma lacuna em sua linha de produtos: os pedais.
A atenção em relação aos efeitos não era a ideal. “Vamos fazer um pedal muito bacana e, 20 anos depois, faremos outro”, relembra Stan Cotey, vice-presidente de inovação de produtos da Fender. “Houve sempre um grande hiato no meio do processo”.
Mas a marca quer mudar esse cenário – na verdade, já está mudando. Conforme noticiamos anteriormente, a Fender lançou no início do ano novos modelos de pedais – e, desta vez, a história será diferente: “Estamos no jogo para ficar”, garante Stan. Já existe o compromisso de aumentar a linha em breve.
Os pedais
Seis efeitos compõem a nova linha de pedais Fender: Level Set Buffer, Bends Compressor, Marine Layer Reverb, Mirror Image Delay, Pugilist Distortion e Santa Ana Overdrive.
Os circuitos são totalmente originais e denvolvidos pelo próprio Stan – com exceção do overdrive, que foi criado por Alex Aguilar. Os pedais têm um compartimento magnético para a bateria na parte frontal, facilitando a troca, e knobs iluminados, que proporcionam melhor visualização pelo músico.
Outro trunfo dos novos equipamentos é a possibilidade de serem usados não só com guitarra, mas com baixo, sintetizador, bateria eletrônica e voz.
A mente por trás do novo conceito
Mais do que ocupar um cargo na Fender, Stan Cotey é um apaixonado por guitarra. Ao decorrer dos anos, criou em sua cabeça uma “lista de desejos” pessoal à procura de soluções sonoras. Como se não bastasse, ele também tem o dom da engenharia para construir seus sonhos.
“Adoro projetar, por isso só trabalhava em pedais por diversão”, diz ele. “Às vezes, eu levava meus projetos para o escritório e eles se transformavam em produtos. Foi um grande trabalho de amor criar novos pedais, e os executivos decidiram que finalmente era hora de ganhar impulso. Ninguém queria trilhar o mesmo terreno de antes, entrando e saindo do mercado.”
Em cada modelo, Stan procurou sanar os problemas de timbre e praticidade que o incomodavam há muito tempo.
“Como guitarrista, gosto do squishiness dos compressores, mas o tempo de ataque lento de alguns modelos me irritava. Assim, o compressor The Bends tem um protetor de pico de precisão com um circuito muito rápido e complexo”, conta. “Já o Level Set Buffer, além de ser um bom buffer para o início da cadeia, possui controles que permitem vários níveis de entrada ao usar diferentes instrumentos. Para o Pugilist, como sempre gostei de misturar vários amplificadores, projetei dois motores de distorção separados dentro dele. Assim, você pode definir diferentes ganhos e balanços tonais, misturando os dois sons. Isso gera um timbre mais tridimensional e complexo”.
Diversão com responsabilidade
No seu dia a dia, Cotey está frequentemente sentado em uma bancada de garagem superlotada de fios, esboços, transistores e pistolas de solda.
“Sim, eu trabalho para a Fender. E, sim, eu preciso entregar uma linha de pedal bem sucedida”, diz ele. “Mas tudo que faço ainda é motivado pela curiosidade. Sempre começa com: ‘O que acontece se eu fizer isso?’.”
Para mais informações sobre os pedais, acesse o site da Fender.