Já faz algum tempo que Kiko Loureiro é um dos grandes nomes da guitarra no Brasil. Nos últimos anos, com sua entrada para o Megadeth, tornou-se referência no instrumento em âmbito mundial.
Dessa forma, manter-se evoluindo na guitarra é um dos maiores desafios. Vários músicos consagrados deixam de estudar o instrumento e passam a apostar nas fórmulas e técnicas que já dominam.
Não é o caso de Kiko, que mostrou novas referências em seu novo álbum solo, ‘Open Source’, além de ter aprimorado diferentes referências com o Megadeth. Em entrevista exclusiva para a edição 107 da Guitarload (clique aqui para ler a revista gratuitamente), o guitarrista falou sobre seu processo de constante evolução na guitarra e como faz para não se acomodar em suas conquistas prévias.
De início, Loureiro reconhece que o aspecto técnico da guitarra não é mais o objetivo de sua busca artística. O motivo? “Em termos técnicos de guitarra, de licks e tal, não tem nada muito mais técnico ou mais difícil do que eu já fiz. Alguém pode falar diferente, mas acho que não tem. Mais do que no ‘Temple of Shadows’ (Angra), por exemplo, ou no ‘No Gravity’, não tem”, afirmou.
Todavia, ele reconhece que tem desenvolvido habilidades diferentes. “Há coisas diferentes. Algumas faço com mais facilidade hoje, pois entraram no meu jeito de tocar, e outras não. Sobre evolução de uma forma geral… é uma lei para a vida, né? Você tem que buscar sua evolução, que pode vir de várias formas”, disse.
O guitarrista comentou que sua maior preocupação “não vem da parte técnica, ainda que talvez já tenha sido em outro momento”. “Nunca fui de querer fazer algo que ninguém vai conseguir tocar, mas o Angra tinha, sim, aquelas músicas rápidas. Desse álbum novo, a ‘Black Ice’ é rápida, mas eu queria fazer outras coisas. No estúdio, você até inventa algumas coisas que complicam a vida para tocar ao vivo. Na ‘Enfermo’ (de ‘No Gravity’) tem uns negócios difíceis de tocar”, comentou.
Por fim, ele conclui que “no momento atual, a busca por evolução focou na profundidade artística”. “É mais ‘pensar’ do que ‘tocar’. É mais achar conexões das ideias e da forma como você toca. É um talento para poucas pessoas e que a gente precisa trabalhar muito: desconectar-se de você e entrar na música como um todo”, pontuou.
* A edição 107 da Guitarload (agosto/setembro de 2020) traz entrevistas com Kiko Loureiro e Chris Cain (Bad Wolves), além de artigos especiais sobre o saudoso Zezinho, da Explend Amplificadores, e o turismo musical em Nashville, nos Estados Unidos. Clique aqui para ler a edição 107 da Guitarload – é de graça, mas por tempo limitado.