Criado no início de 2020, o Odeon é a nova banda de quatro ex-integrantes do Vitalism. Há, porém, uma grande diferença no som: o projeto anterior era de música instrumental, focado no djent/metal progressivo, enquanto o atual tem vocais, explorando vertentes do rock e até fora dele, indo do R&B ao funk carioca em um estalo de dedos.
A Guitarload conversou sobre o Odeon com o guitarrista Lucas Moscardini, que conduz a banda ao lado de Marcelo Braga (voz), Andre Casagrande (baixo) e Marvin Tabosa (bateria). Ele contou como o grupo carioca foi formado e adiantou que as seis faixas divulgadas até agora – “Hi”, “Daydreams”, “Morphine”, “Playlove”, “Swipe Up” e “Loop” – são apenas os primeiros passos do projeto, que ganhará ainda mais músicas ao longo de 2021.
O projeto teve início ainda nos tempos em que Moscardini fazia parte do Vitalism – a saída foi anunciada nos primeiros meses de 2020.
“A ideia veio quando eu fazia parte do Vitalism, entre o fim de 2019 e o início de 2020. Houve um período no Vitalism em que tentamos colocar um vocalista, mas não deu muito certo, fugia da proposta. Sempre quis fazer um trabalho com vocal. Começou comigo sentado em um estúdio, com algumas ideias. Criei ‘Morphine’ que comecei a fazer para o Vitalism, e ‘Daydreams’ e achei que seria legal se tivessem voz”, disse o guitarrista.
O convite para Marvin Tabosa foi feito de forma despretensiosa. “Chamei o Marvin só para ver, dar uma moral na bateria, e ele achou legal. Ainda estávamos no Vitalism. Seria algo paralelo, mas o Vitalism estava muito parado, pois o Ed havia começado um projeto. Também tivemos problemas, como uma turnê em que fomos enganados pelo cara do booking. Ficamos pensando no que fazer e eu estava na vibe de fazer som novo”, afirmou.
O envolvimento de Marcelo Braga também ocorreu por acaso, já que ele seria apenas o produtor, não o vocalista. “Em seguida, chamamos o Marcelo, mas só para produzir, e o Andre, que já havia saído do Vitalism antes. Tentamos outro vocalista, mas não ficou legal. Um dia, mandei as músicas para o Marcelo e ele teve algumas ideias para linha de voz. Quando ouvi, falei: ‘nossa, olha isso!’. O Marcelo dizia que não voltaria a fazer rock, estava fazendo carreira em outro gênero, mas ele mandou aqueles vocais na maldade, até admitiu, pois estava pilhado com o som (risos). Que bom que fez assim”, disse.
De acordo com Lucas Moscardini, as duas primeiras músicas do Odeon, “Daydreams” e “Morphine”, ainda soam como um projeto de transição, trazendo semelhanças com a sonoridade do Vitalism. A partir de “Playlove”, a banda parece ir para um caminho diferente.
“Até conversamos sobre essa transição entre bandas, pois a ‘Daydreams’ e a ‘Morphine’ têm esses elementos. É difícil dissociar, pois ficamos muito tempo criando para o Vitalism, até hoje é assim. Há semelhanças em questões de gravação, produção, composição, estruturas”, comentou.
A edição 113 da Guitarload (maio de 2021) apresenta uma entrevista completa com Lucas Moscardini, além de um especial sobre Gary Moore e outros artigos de destaque. A revista pode ser lida de forma gratuita, mas por tempo limitado, clicando aqui.