Se você está entrando agora no mundo das seis cordas e não sabe o que é o efeito de overdrive para guitarra, fique tranquilo. Neste artigo, vamos explicar tudo em detalhes para você.
O overdrive talvez seja o efeito mais usado na guitarra elétrica. Dessa forma, está presente em inúmeros gêneros musicais. No entanto, há muita confusão a respeito da definição e da história desse tipo de timbre.
Aqui, vamos esmiuçar o tema para que você entenda de uma vez por todas o que é overdrive de guitarra, como surgiu e para que serve esse efeito. Curtiu a ideia? Então, vamos lá!
História do overdrive
Os primeiros registros de uso de overdrive na guitarra vêm das décadas de 1940 e 1950. Nesse contexto, os guitarristas de blues da época descobriram que, ao aumentar o volume de seus amplificadores valvulados, o som limpo dava lugar a um timbre distorcido, cheio de harmônicos e energia.
A princípio, os engenheiros de som evitavam a clipagem a qualquer custo nas gravações do período. No entanto, cada vez mais guitarristas cederam à experimentação e se apaixonaram pelo som de overdrive, tornando esse tipo de timbre impossível de ser ignorado.
Em seguida, ouça “Bob Wills Boogie”, do artista Bob Willis, com Junior Barnard na guitarra. Trata-se de uma das primeiras faixas que apresentaram o efeito de overdrive nas seis cordas, gravada em 1947:
Mais à frente, os guitarristas exploraram equipamentos defeituosos para deixar o efeito de overdrive ainda mais sujo e impactante. Por exemplo, amplificadores com válvulas comprometidas ou alto-falantes rasgados. Foi mais ou menos assim que Grady Martin gravou a faixa “The Fuzz” em 1961:
No ano seguinte, chegou ao mercado o primeiro pedal de fuzz produzido em massa, o Maestro FZ-1 Fuzz Tone. O equipamento desenvolvido pela Gibson logo caiu nas graças dos guitarristas, especialmente depois que Keith Richards o utilizou para gravar o hit “Satisfaction”, dos Rolling Stones:
Não havia mais volta. De lá para cá, os pedais de overdrive, distorção e fuzz se multiplicaram, tornando-se praticamente obrigatórios no set de todo guitarrista. Ao mesmo tempo, os amplificadores valvulados passaram a ser projetados para entregar timbres saturados de maneira mais prática.
Para que serve o overdrive?
Acima de tudo, o overdrive serve para sujar o timbre da guitarra. Você já deve ter percebido que o som original do instrumento é limpo, certo? Pois bem, o overdrive existe justamente para distorcer levemente o sinal, criando aquela atitude rebelde tão característica do instrumento.
De forma geral, o circuito de um pedal de overdrive busca recriar a saturação natural de um amplificador valvulado. Ao passar do “limite”, o sinal tem a onda sonora alterada, clipando. Porém, o overdrive não altera muito o timbre original, mas o deixa “quente” e ligeiramente comprimido, com mais sustain.
Quando falamos de “distorcer” ou “sujar”, parece que há um sentido negativo nos termos. Porém, no mundo da guitarra, essas expressões são muito bem-vindas! Isso porque uma guitarra distorcida gera um som ainda mais expressivo e dinâmico, como provam o rock e o blues, por exemplo.
Ao mesmo tempo, o overdrive torna o instrumento mais fácil de tocar. Ou seja, ao fornecer mais sustentação e corpo, a saturação do overdrive facilita a aplicação de várias técnicas, como ligados e bends. Enfim, um som limpo é bacana, mas tocar guitarra com overdrive é muito mais divertido!
A importância do efeito
Se você pedir para uma pessoa leiga descrever o som de uma guitarra, não há dúvidas de que ela vai imaginar um som distorcido. Isso ocorre porque o efeito de overdrive e a guitarra são praticamente sinônimos. Ou seja, não há como negar que o som mais característico do instrumento é saturado.
Tamanha a sua importância, o efeito de overdrive está presente no setup de todos os guitarristas, salvo raras exceções. Assim, pode ser obtido de várias formas diferentes: com um amplificador saturado, com um pedal analógico, com uma pedaleira digital, com plugins e por aí vai.
Estilos musicais que usam overdrive
Conforme já mencionamos, o efeito de overdrive para guitarra é tão importante que está presente em praticamente todos os gêneros musicais. Em seguida, listamos os principais para que você possa compreender a abrangência desse tipo de timbre:
- Rock;
- Blues;
- Pop;
- Punk;
- Metal;
- Fusion;
- Country;
- Worship;
- Reggae;
- Surf music;
- Soul;
- Gospel;
- Alternativa.
Drive vs. Overdrive vs. Distortion vs. Fuzz
Afinal, qual a diferença entre drive, overdrive, distortion e fuzz? Antes de tudo, esclarecemos que drive e overdrive são a mesma coisa. Ou seja, trata-se de timbres levemente distorcidos, em que ainda é possível identificar a característica da guitarra e ouvir todas as notas de um acorde, por exemplo.
Por sua vez, a distorção é uma versão mais extrema do overdrive. Dessa forma, é agressiva e cortante, alterando o timbre original do instrumento de forma categórica. Enquanto o overdrive se faz mais presente em gêneros como blues e rock clássico, a distorção domina o hard rock e o heavy metal.
Por fim, o fuzz apresenta uma característica própria, com harmônicos muito pronunciados — às vezes, até descontrolados. Na prática, o fuzz é uma distorção mais barulhenta e “estourada”. Assim, é capaz de gerar tanto um sinal bem ardido quanto uma sonoridade gorda e cheia de sustentação.
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Pronto, agora você sabe o que é o efeito de overdrive para guitarra! Esperamos que tenha curtido as informações trazidas neste artigo. Fique ligado, porque em breve vão pintar outros conteúdos sobre o tema!
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Valeu, até a próxima! Muitos bends.