Perfeição vs. autenticidade: guitarristas modernos estão ‘presos em paradoxo’, diz estudo britânico

Segundo pesquisadores da Cambridge University Press, músicos têm acumulado funções e enfrentado desconfiança no meio virtual
Foto de Elnur_ via Depositphotos

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Acadêmicos da editora Cambridge University Press, do Reino Unido, publicaram um novo estudo que examina a evolução dos guitarristas e os desafios enfrentados pela categoria na atualidade.

Jan-Peter Herbst e Alexander Paul Vallejo identificaram pontos importantes no perfil dos músicos modernos: a dualidade entre perfeição e autenticidade, a opção por não lançar discos e a acumulação de funções. 

“Os guitarristas parecem estar presos em um paradoxo. Eles não podem simplesmente publicar um vídeo aparentemente autêntico e produzido espontaneamente de sua execução, mas também não podem se dar ao luxo de lançar algo menos que perfeito”, diz a análise.  

“Se as performances forem perfeitas, os guitarristas têm de provar a autenticidade ou serão acusados de trapaça”, afirmou a dupla de pesquisadores no documento Rock Guitar Virtuosos, que está disponível temporariamente para download gratuito

Por exemplo, o documento cita a polêmica relacionada ao guitarrista Manuel Gardner Fernandes, acusado de acelerar seus vídeos em 2019. Ele negou as acusações na época.

| Leia também: Riffs de guitarra estão morrendo, diz pesquisa do Reino Unido; será mesmo?

Sobrecarregados

Herbst e Vallejo também observaram uma nova tendência na geração de guitarristas influenciadores: eles não precisam lançar álbuns para ganhar relevância ou reconhecimento. Nomes como Mateus Asato e Ichika Nito embasam a tese. 

Além disso, o estudo reconheceu que os instrumentistas modernos estão sobrecarregados, uma vez que acumulam variadas funções relacionadas à gestão da carreira.

“Os guitarristas escrevem, arranjam, gravam e produzem suas músicas sozinhos. Criam obras de arte e vídeos animados. Administram sites e vendem produtos. Também produzem regularmente vídeos para seus canais de mídia social.”

O estudo concluiu: “O que antes era delegado a gravadoras, empresários ou outras equipes de apoio agora é feito pelos próprios artistas. Eles se tornaram ‘empreendedores culturais’.”

As informações são da Guitar World e da Guitar.com

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