Em relação ao debate interminável sobre a importância da madeira no timbre das guitarras elétricas, Guthrie Govan é categórico ao defender que o material do corpo faz, sim, diferença significativa na sonoridade do instrumento.
“É exatamente por isso que me dei ao trabalho de ter dois modelos diferentes da minha guitarra signature Charvel, idênticos em todos os aspectos, exceto na escolha da madeira do corpo. Confiem em mim, realmente faz diferença”, disse o músico inglês à equipe da Ultimate Guitar.
Interação
Nesse contexto, o guitarrista da banda The Aristocrats se considera bem acompanhado na “velha e cansada” discussão. “De um lado, estão todos os músicos e fabricantes profissionais na face do planeta”, afirmou.
“Já o outro lado parece ser defendido por um punhado de furiosos proprietários de osciloscópios no YouTube, insistindo que apenas os captadores são responsáveis por todas as diferenças tonais entre um instrumento e outro”, completou Govan.
Segundo ele, o timbre de uma guitarra é resultado da interação entre todos os componentes. “É tudo uma questão de como a madeira e as cordas reagem umas às outras, fazendo com que as diferentes faixas de frequência sejam pronunciadas ou suprimidas.”
Terra plana?
Govan detalhou mais o seu posicionamento: “Se uma guitarra parte de um ‘ponto morto’ que pode ser ouvido acusticamente, esse mesmo ponto morto será igualmente aparente quando você conecta o instrumento a um amplificador”.
“O que nossos fervorosos amigos da ‘terra plana’ talvez estejam deliberadamente desconsiderando é que uma guitarra é uma estrutura holística na qual todas as partes interagem umas com as outras”, disse com um toque de ironia.
Apesar de reconhecer que “não é cientista”, o músico encerrou com uma explicação técnica: “Como as cordas estão presas à madeira, certamente as características ressonantes naturais são capazes de acentuar ou suprimir frequências e harmônicos dentro do padrão vibracional das cordas.”
