De acordo com os engenheiros de mixagem George Lever e Forrester Savell, conhecidos por trabalharem com grandes nomes do rock e do metal modernos, gravar faixas de guitarra pode não ser tão simples quanto parece.
Por exemplo, Lever, que já atuou junto à banda Sleep Token, falou sobre as armadilhas da busca exagerada pelo perfeccionismo. “Há uma suposição de que a guitarra gravada deve soar como MIDI”, iniciou na conversa com a Guitar World.
“Mas isso ignora a forma como os instrumentos são configurados, a relação da tensão das cordas com a afinação que você está usando e como a mão esquerda influencia as mudanças microtonais na afinação”, completou.
Nesse contexto, segundo o profissional, “a melhor coisa que alguém pode fazer antes de gravar é se tornar o músico mais intuitivo possível sobre o que deseja alcançar com seu instrumento”.
Nada de afinador?
Lever também recomendou algo não convencional ao gravar linhas de guitarras: afinar o instrumento de ouvido com um piano de referência, dispensando os populares afinadores.
“Os afinadores não informam sobre a variação que pode ocorrer acima e abaixo do ataque de palheta ou durante a sustentação. Ao afinar baseado em uma nota de piano, você pode ouvir o quanto a guitarra está afinada. É por isso que vemos instrumentos de orquestra afinando-se uns com os outros”, contou.
Por sua vez, Savell sugeriu que guitarristas registrem o sinal cru do instrumento como medida de segurança. “Você deve gravar suas guitarras com um DI para que o sinal possa ser resgatado se necessário”, afirmou o profissional, que já trabalhou com a banda Tesseract.
No entanto, isso não elimina a necessidade de configurar um bom timbre na hora do registro. “Sempre grave com um som de guitarra de que você goste. É bom para o conforto e também dá aos engenheiros de mixagem um ponto de referência caso eles queiram construir novos timbres”, explicou Savell.
As informações são da Ultimate Guitar.