A PRS Guitars é conhecida por unir tradição e inovação. A marca já aprimorou tarraxas, desenvolveu captadores proprietários e moldou o som de guitarristas lendários. Mas existe uma fronteira que Paul Reed Smith parece não querer ultrapassar: o design sem headstock.
Enquanto marcas como Strandberg, Ibanez e Schecter têm investido pesado nesse formato, PRS se mantém fiel ao visual clássico. Isso gerou uma dúvida natural entre os fãs: será que a marca algum dia lançaria uma guitarra sem headstock?
Paul Reed Smith foi direto ao ponto: “não”
Durante uma sessão de perguntas e respostas com fãs, Paul Reed Smith não deixou margem para interpretações. Quando questionado sobre a possibilidade de a PRS desenvolver uma guitarra sem headstock, a resposta foi curta e certeira: “Não”.
Mas Smith não desmereceu a proposta. Pelo contrário — ele destacou o brilhantismo do projeto original criado por Ned Steinberger, que, além do visual inusitado, trouxe inovações técnicas impressionantes.
A mágica por trás do TransTrem
Smith fez questão de destacar o que mais o impressiona nas guitarras sem headstock: o sistema TransTrem. Essa invenção permite que todos os acordes permaneçam afinados mesmo quando o tremolo é acionado. Um feito notável do ponto de vista da engenharia.
Como exemplo prático, ele citou a música “Summer Nights”, do Van Halen. Gravada com uma guitarra Steinberger sem headstock, a faixa mostra como esse tipo de instrumento pode soar fantástico nas mãos certas. Ou seja, o problema não está no som — está na identidade da PRS.
A filosofia vintage ainda dita as regras
Embora a marca esteja sempre buscando formas de melhorar seus instrumentos, seu DNA continua fincado em valores tradicionais. Formas clássicas, timbres encorpados e um visual que remete às guitarras vintage continuam sendo os pilares da PRS.
Isso não quer dizer que a marca seja avessa ao futuro — mas sim que ela escolhe com cuidado onde quer apostar suas fichas. E, pelo visto, as guitarras sem headstock ainda não fazem parte desse plano.
O contraste entre tradição e tendência
Hoje, modelos como o Strandberg Boden, o Ibanez Q e as séries da Kiesel têm ganhado espaço entre músicos modernos, especialmente aqueles voltados ao rock progressivo e ao metal técnico. São instrumentos leves, ergonômicos e visualmente futuristas.
A PRS, por outro lado, continua a dialogar com guitarristas que valorizam o equilíbrio entre conforto, construção artesanal e um certo respeito ao passado. Para esse público, a ausência de um headstock talvez soe estranha demais.
Conclusão: inovação, sim — mas com personalidade
A recusa de Paul Reed Smith em adotar o design sem headstock não é um retrocesso. É, na verdade, uma declaração de identidade. Em um mercado repleto de experimentações, manter uma linha clara também é uma forma de se destacar.
No fim das contas, a PRS continua explorando os limites da guitarra elétrica — só que sem abrir mão do que acredita ser essencial. E isso, por si só, já diz muito sobre a força da marca.
Dê o play e confira a conversa de Paul sobre esse e vários assuntos, na íntegra:





