Há um momento em que o guitarrista percebe que precisa de mais. Mais estabilidade, mais timbre, mais conforto. Foi pensando justamente nesse ponto de virada que a Michael desenvolveu a guitarra Vangart GMV300 — uma série de instrumentos projetada para quem já superou as guitarras de entrada, mas ainda não quer pagar preços de modelos boutique.
Com um conceito que a própria marca define como “modern vintage”, a Vangart surge como uma espécie de ponte entre tradição e futuro, fundindo a elegância de um design clássico tipo Stratocaster com uma construção moderna, precisa e surpreendentemente premium para sua faixa de preço.
Um novo padrão para o músico intermediário
Durante muito tempo, a Michael foi reconhecida por oferecer bons instrumentos de acesso. Mas a Vangart GMV300 marca uma virada estratégica: é a guitarra que simboliza a entrada da marca em um território mais exigente, voltado ao guitarrista que quer tocar com confiança tanto no palco quanto em estúdio.
E o mais interessante é que ela não tenta competir apenas no preço. A proposta é entregar recursos que costumam aparecer em guitarras duas vezes mais caras — o que o mercado chama de spec sheet killer.
O braço em Roasted Maple (Maple Tostado), o nut de osso, as tarraxas com trava e os trastes de aço inox não são meros detalhes técnicos. São sinais de maturidade de projeto. Cada uma dessas escolhas reflete uma filosofia clara: reduzir a manutenção e elevar o desempenho.
Corpo e madeira: o equilíbrio do Alder

O corpo da GMV300 é feito em Alder, a mesma madeira que há décadas define o timbre das Stratocasters clássicas. O resultado é um som equilibrado, com médios arredondados, graves controlados e agudos definidos.
Esse equilíbrio natural serve como ponto de partida para a versatilidade que a Vangart oferece. A guitarra respeita a tradição sonora, mas sua resposta é ligeiramente mais moderna e precisa — algo que o músico sente na primeira nota limpa e confirma no primeiro drive pesado.
O braço em Roasted Maple: estabilidade e sensação premium
Um dos grandes diferenciais da GMV300 está no braço. Construído em Roasted Maple (Maple Tostado), ele passa por um processo térmico que estabiliza a madeira, diminuindo a sensibilidade a variações de temperatura e umidade.
Na prática, isso significa menos necessidade de regulagens e uma ressonância mais viva. É o tipo de upgrade que guitarristas experientes valorizam — especialmente aqueles que vivem viajando ou tocam em palcos com condições variáveis.
Além disso, o tensor Dual Action permite ajustes milimétricos em ambas as direções, oferecendo controle absoluto sobre a curvatura.
Escala de Purple Heart: resistência e clareza
A escala é outro ponto que chama atenção. Feita de Purple Heart, uma madeira densa e belíssima, ela adiciona um toque de brilho e sustentação ao timbre.
Com raio de 12”, a GMV300 adota uma curvatura mais plana que as guitarras vintage. Essa característica torna o toque mais confortável e técnico, permitindo uma ação de cordas mais baixa e bends generosos sem o temido fret-out.
Para completar, o nut de osso reforça o sustain e melhora a transmissão das vibrações, contribuindo para um som mais vivo e articulado.
24 trastes inox: tocabilidade sem limites

Se existe um elemento que consolida o apelo da Vangart, são seus trastes em aço inox. Esse é um componente que normalmente aparece em guitarras de alto padrão — e por um bom motivo.
O aço inox é praticamente imune ao desgaste, eliminando a necessidade de retífica de trastes por muitos anos. Além disso, seu polimento extremo oferece um toque incrivelmente suave, facilitando slides, vibratos e bends com mínima resistência.
A Michael optou ainda por trastes extra-jumbo, que ajudam o guitarrista a extrair cada nuance do vibrato e melhoram a velocidade em passagens rápidas. As bordas arredondadas elevam o conforto, evitando qualquer incômodo mesmo após longas sessões de estudo ou shows.
Hardware de confiança: tremolo flutuante e tarraxas com trava
A Vangart GMV300 não apenas soa bem — ela mantém o som estável. Sua ponte tremolo de dois pivôs proporciona movimentos suaves e precisos, enquanto a cavidade backbox permite uma flutuação completa, possibilitando tanto dive bombs quanto subidas de afinação.
A combinação com as tarraxas com trava é o que garante o verdadeiro diferencial: afinação sólida mesmo após uso intenso da alavanca. Além disso, trocar cordas se torna um processo rápido e prático, ideal para quem vive no palco.
Esse conjunto — ponte, tarraxas, nut e braço em Roasted Maple — cria uma sinergia impressionante. É como se a guitarra estivesse sempre pronta, independentemente da intensidade do show.
Versatilidade sonora: o DNA HSS cerâmico

A alma da Vangart GMV300 está em sua configuração de captadores HSS — um humbucker na ponte e dois single coils no meio e no braço. Essa escolha traduz a versatilidade que o guitarrista moderno exige.
Os single coils entregam timbres limpos e cristalinos, perfeitos para funk, pop ou blues. Já o humbucker cerâmico traz aquele punch encorpado e moderno, ideal para rock, hard rock e metal.
A natureza cerâmica dos captadores confere mais saída e ataque, o que se traduz em uma resposta agressiva e definida mesmo sob alto ganho.
O controle é feito por um volume, dois tones e uma chave seletora de cinco posições, permitindo navegar facilmente entre timbres vintage e modernos, sempre com clareza e presença.
Acabamento e identidade visual
Visualmente, a GMV300 é o equilíbrio perfeito entre ousadia e elegância. Disponível em cores como Metallic Green (MTG) e Dark Sunburst (DSB), a guitarra se destaca tanto sob os refletores quanto no estúdio.
O acabamento brilhante realça as curvas do corpo tipo Stratocaster, enquanto o headstock carrega o toque moderno que diferencia a Vangart das séries anteriores da Michael. É o tipo de instrumento que chama atenção mesmo antes de ser plugado.
O público da Vanguart
A GMV300 foi projetada para o guitarrista que busca um instrumento definitivo na faixa intermediária — alguém que já tem experiência, entende de especificações e sabe reconhecer valor real.
É ideal para quem toca de tudo um pouco: do pop leve ao metal técnico, do estúdio ao palco. Em resumo, é uma guitarra feita para quem leva a música a sério, mas não quer depender do logo no headstock para soar profissional.
O veredito: o novo ponto de equilíbrio
A Michael Vangart GMV300 é o resultado de uma engenharia precisa e de uma estratégia ousada. Sua missão é simples, mas ambiciosa: mostrar que o músico brasileiro pode ter uma guitarra de alto desempenho sem pagar o preço de uma boutique.
Combinando materiais nobres, componentes duráveis e tocabilidade moderna, ela redefine o que significa estar no segmento intermediário.
Mais do que uma guitarra, a Vangart é um manifesto da maturidade da Michael — uma prova de que tradição e inovação podem coexistir em harmonia. E, no fim das contas, é exatamente isso que o guitarrista contemporâneo procura: um instrumento que o inspire a tocar mais, sem se preocupar com limitações.
Abaixo, você confere um review completo da guitarra Vangart GMV300:
