Trinta anos se passaram desde o disco que apresentou ao mundo o Foo Fighters. O que pouca gente sabe é que, por trás do som visceral do álbum, havia um segredo bizarro: um amplificador tosco, montado dentro de um galão de gasolina.
Depois do fim abrupto do Nirvana, Dave Grohl se trancou no Robert Lang Studios, em Seattle, com o produtor Barrett Jones. Em apenas uma semana, nasceu o primeiro disco do Foo Fighters — e com ele, uma sonoridade única. Gravações lo-fi, riffs cheios de sujeira e uma energia que parecia gritar por liberdade.
O “can”: uma aberração sonora que virou lenda
Durante anos, fãs especularam sobre o som inconfundível da faixa “Exhausted”. Teorias iam desde microfones em latas metálicas até truques de estúdio bizarros. A resposta? Um pequeno amplificador de prática, de bateria, embutido em um invólucro de plástico vermelho — o lendário “Can”.
Fabricado nos anos 80 pela SLM Electronics, esse amplificador de 5 polegadas foi feito como solução para músicos de rua. Com apenas 10 mil unidades produzidas, seu design lembrava uma lata de gasolina. E o som? Segundo quem testou, parece “um enxame de abelhas dentro de uma jarra de plástico”. Parece ruim? É aí que mora a magia.
Dê o play e confira o som:
Um timbre feio demais para ser ignorado
Grohl e Jones recorreram ao “Can” para gravar a faixa final do álbum. O resultado foi um fuzz sujo, ácido e carismático, que marcou a identidade do disco. O equipamento, apesar de tecnicamente limitado, virou uma peça-chave da sonoridade do Foo Fighters.
O mais curioso? Mesmo sendo uma aberração técnica, esse amplificador ainda desperta paixões. Hoje, encontrar um é quase missão impossível. Sites como Reverb e eBay já listaram exemplares por valores simbólicos, mas a busca virou obsessão para colecionadores e fãs.
A lição que fica para guitarristas
Esse episódio mostra que “bom timbre” é algo subjetivo. Às vezes, a peça mais feia e malconstruída do seu setup é exatamente o que vai fazer sua música soar diferente. Grohl nos lembra que grandes ideias não dependem de equipamentos caros — e sim de ousadia.
No fim das contas, o som icônico do Foo Fighters surgiu de uma escolha pouco ortodoxa. E talvez seja por isso que ainda ressoa, três décadas depois.




