A morte de Ozzy Osbourne, no dia 22 de julho de 2025, deixa um vazio irreparável no mundo da música. Mais do que um ícone do heavy metal, o Príncipe das Trevas foi um catalisador criativo que ajudou a moldar gerações — sempre cercado por alguns dos guitarristas mais brilhantes da história do rock.
Desde os tempos de Black Sabbath, Ozzy demonstrou um talento raro: trabalhar com o de guitarristas que, ao seu lado, definiram eras inteiras do metal. À sua maneira, cada músico trouxe uma identidade própria, criando riffs eternos, solos inesquecíveis e álbuns que marcaram época.
Neste especial, revisitamos todos os guitarristas que dividiram o palco e o estúdio com Ozzy Osbourne. Mais do que relembrar nomes, é uma homenagem ao legado musical construído a muitas mãos — ou melhor, a muitas guitarras. Porque, se Ozzy foi a voz do metal, esses guitarristas foram o braço armado que traduziu sua fúria, sua dor e sua genialidade em som.
Tony Iommi
Antes de Ozzy Osbourne brilhar em carreira solo, sua jornada musical foi moldada ao lado de Tony Iommi — o verdadeiro arquiteto do heavy metal. Fundador e guitarrista do Black Sabbath, Iommi é responsável por alguns dos riffs mais icônicos da história, como “Iron Man”, “Paranoid” e “War Pigs”. Iommi sempre privilegiou a criação de riffs poderosos em vez de solos longos. Sua sonoridade mistura blues, música clássica e rock.
Randy Rhoads
Primeiro guitarrista da carreira solo de Ozzy, Randy Rhoads entrou para a história ao unir o peso do hard rock à sofisticação da música clássica. Ex-integrante do Quiet Riot, Rhoads se destacou pelo uso de escalas modais, arpejos neoclássicos, vibratos com alavanca e um domínio técnico impressionante. Sua breve passagem pela banda (1979–1982) rendeu dois álbuns icônicos — Blizzard of Ozz e Diary of a Madman — e deixou um legado imensurável.
Bernie Tormé
Após a morte trágica de Randy Rhoads em 1982, Bernie Tormé foi chamado às pressas para assumir a guitarra na turnê de Diary of a Madman. Conhecido por seu trabalho com Ian Gillan e pela atitude crua do punk britânico, Tormé trouxe um estilo mais direto e enérgico, com forte influência do rock setentista. Apesar de sua passagem ter sido breve — tocou apenas alguns shows ao vivo — sua contribuição foi essencial naquele momento delicado. Mesmo sem gravar material oficial com Ozzy, Bernie ajudou a manter a turnê viva durante o luto da banda.
Brad Gillis
Após a rápida passagem de Bernie Tormé pela banda de Ozzy, Brad Gillis chegou para assumir o posto de forma definitiva. Como parte do time, Brad assumiu a guitarra durante a turnê de Diary of a Madman e gravou o álbum ao vivo Speak of the Devil (1983). Embora sua permanência tenha sido curta, Gillis mostrou competência técnica e enfrentou o desafio de substituir um dos maiores nomes da guitarra no auge do luto da banda.
Jake E. Lee
Entre 1982 e 1987, Jake E. Lee foi o responsável por renovar o som de Ozzy. Com riffs marcados por cordas soltas, bends no headstock e uso criativo da pestana, ele trouxe novas texturas à banda. Participou dos discos Bark at the Moon (1983) e The Ultimate Sin (1986), dois registros que ampliaram a sonoridade do Madman nos anos 80.
Zakk Wylde
Figura icônica, Zakk Wylde é o guitarrista com o maior tempo ao lado de Ozzy Osbourne. Estreando em No Rest for the Wicked (1988), ele se destacou pelo uso de vibratos exagerados, harmônicos artificiais e riffs pesados com influência do southern rock. Com diversas idas e vindas, sua discografia com Ozzy inclui álbuns como No More Tears (1991), Ozzmosis (1995) e Patient Number 9 (2022).
Joe Holmes
Discreto, mas extremamente técnico, Joe Holmes entrou para a banda de Ozzy Osbourne em 1995, substituindo temporariamente Zakk Wylde durante um período de incerteza contratual. Ex-aluno de Randy Rhoads e ex-integrante da banda de David Lee Roth, Holmes carregava a responsabilidade de manter o nível técnico altíssimo da função — e entregou exatamente isso. Seu estilo misturava agressividade moderna com um senso melódico apurado. Holmes ficou na banda até 2001, quando Zakk Wylde reassumiu a guitarra.
Gus G.
Entre 2009 e 2017, foi a vez do grego Gus G. assumir as guitarras. Conhecido por seu trabalho com a banda Firewind, ele trouxe uma abordagem mais técnica e moderna, voltada ao metal contemporâneo. Gravou o álbum Scream e participou do registro ao vivo iTunes Festival: London 2010.
Andrew Watt
Responsável pela produção dos dois álbuns mais recentes de Ozzy (Ordinary Man e Patient Number 9), Andrew Watt também gravou as guitarras nos dois discos. Com um currículo que inclui trabalhos com Iggy Pop, Post Malone e Rolling Stones, Watt adicionou um tempero moderno e pop à sonoridade do Madman, além de conectar Ozzy a uma nova geração de ouvintes.
Colaborações lendárias: guitarristas que também tocaram com Ozzy
Além dos músicos fixos que integraram sua banda ao longo dos anos, Ozzy Osbourne também contou com participações especiais de alguns dos maiores guitarristas da história do rock. Esses encontros pontuais resultaram em momentos únicos — e memoráveis.
Entre os destaques, está Steve Vai, que gravou a faixa “My Little Man” no álbum Ozzmosis (1995), emprestando sua técnica refinada e experimental ao universo sombrio de Ozzy. Outro nome lendário é Eric Clapton, cuja sonoridade clássica do blues-rock contrasta — e ao mesmo tempo complementa — o peso característico do Madman.
Também marcaram presença Slash, com sua pegada visceral; Tom Morello, trazendo texturas modernas e efeitos ousados; e Jeff Beck, cuja participação acrescentou elegância e sofisticação melódica.
Cada um desses guitarristas deixou sua impressão digital na obra de Ozzy Osbourne, seja em estúdio ou ao vivo. São colaborações que ampliaram as fronteiras sonoras do artista e reforçaram seu papel como um dos maiores catalisadores criativos do rock e do metal em todos os tempos.





