O compressor talvez seja o efeito mais subestimado entre os guitarristas. No entanto, mesmo sem a pompa de uma distorção ou de um delay, o pedal de compressão é capaz não só de transformar o timbre do instrumento como de facilitar a execução, além de apresentar várias outras facetas.
Por outro lado, o compressor de guitarra não é tão intuitivo. Afinal, os controles têm nomes estranhos e o efeito sonoro não é muito evidente para ouvidos destreinados. Por isso, hoje vamos destrinchar o assunto para que você entenda de uma vez por todas como o compressor funciona.
Então, se você quer saber como usar o pedal de compressão na prática, sem complicações desnecessárias, continue com a gente!
O que é um compressor?
O compressor é crucial no processamento de áudio, equilibrando volumes ao reduzir sons altos e aumentar os mais suaves. Ou seja, o efeito estreita a faixa dinâmica do instrumento, tornando-o mais estável. Uma analogia é encarar o recurso como um controle de volume automático e inteligente.
Amplamente usado em estúdios, o compressor beneficia todos os instrumentos, melhorando sua presença na mixagem. Há muitos tipos de racks de compressão para gravação, como valvulados, ópticos, FET e VCA, cada um com características sonoras distintas.
Ao mesmo tempo, pedais de compressão são utilizados ao vivo por inúmeros guitarristas, violonistas, baixistas e vocalistas. As latinhas nada mais são do que versões compactas dos periféricos de estúdio, normalmente mais simples, práticas e intuitivas.
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Para que serve um compressor
Falando especificamente de guitarra, o compressor é uma ferramenta versátil que pode entregar diversas utilidades. Em seguida, resumimos as principais funções do compressor para você:
Nivelar o sinal
O uso mais comum é uniformizar volumes, mantendo consistência entre partes suaves e agressivas. Em outras palavras, as notas fracas são reforçadas enquanto as fortes são contidas. Isso pode ser crucial para diversos estilos musicais, principalmente em dedilhados e ritmos limpos.
Ampliar o sustain
Além de equilibrar o volume das notas e dos ataques às cordas, muitos compressores aumentam a sustentação do som. Assim, o sinal soa por mais tempo do que o normal. Por exemplo, essa abordagem é benéfica para solos e uso de slide.
Saturar o amplificador
Usar o compressor como um booster é outra aplicação muito comum com a guitarra elétrica. Nesse sentido, basta aumentar o controle de volume do pedal de compressão para dar aquele gás extra que pode cair como uma luva para saturar um amplificador valvulado.
Engrossar o timbre
Ao comprimir levemente o som, pode-se aumentar a “gordura” do timbre original da guitarra. Como resultado disso, tal truque é colocado em prática especialmente por guitarristas que usam captadores single-coil, quase que emulando um humbucker.
Como funciona o compressor?
O compressor de guitarra pode oferecer uma gama variada de controles. Isso quer dizer que nem todos os pedais possuem os mesmos botões. Além disso, algumas latinhas podem utilizar valores predefinidos para alguns parâmetros a fim de facilitar o uso.
Uma vez que entendemos isso, segue uma breve explicação sobre os principais controles dos compressores:
- Attack: Determina a rapidez com que o compressor entra em ação. O ataque rápido comprime o som logo na palhetada; já o ataque lento faz com que o efeito seja ativado posteriormente.
- Sustain: Mantém o sinal comprimido por um período determinado, influenciando a duração da compressão. Quanto mais aberto esse botão, mais tempo as notas tendem a soar.
- Threshold: Define o limite a partir do qual o volume do sinal é reduzido. Valores mais expressivos resultam em uma compressão mais intensa. Ou seja, que começa a trabalhar em volumes mais sutis.
- Ratio: Determina a quantidade de redução no ganho do sinal. Quanto maior o valor, maior a redução do sinal excedente ao limite. Nada mais é do que a taxa de compressão.
- Release: Basicamente, controla o tempo de liberação do sinal, revertendo-o ao nível original após a compressão. Funciona de forma oposta ao controle de ataque.
- Knee: Define a transição entre o sinal original e o comprimido, podendo ser mais abrupta (hard knee) ou suave (soft knee).
- Tone: Responsável pela tonalidade geral de saída, deixando o sinal ligeiramente mais aberto ou abafado.
- Output Gain ou Make-up Gain: Compensa a perda de volume do sinal causada pela compressão, ajustando a saída do efeito.
Afinal, como usar o compressor de guitarra?
Primeiramente, saiba que o compressor funciona melhor no começo da cadeia de sinal, antes dos drives e distorções. O motivo principal é que os pedais de saturação naturalmente comprimem o som do instrumento. Então, se o compressor vier depois, acabará aumentando os ruídos.
Com overdrive e distorção, o compressor pode deixar o som mais presente e fluido. Desse modo, o efeito tem a capacidade de facilitar a aplicação de diversas técnicas de guitarra, especialmente ligados, tapping e harmônicos artificiais.
Já com sons limpos, o pedal de compressão é ainda mais popular e importante, uma vez que nivela o volume de todas as notas. Dessa maneira, o som fica coeso e equilibrado, fazendo com que dedilhados, batidas e notas abafadas “saltem” para frente como em um passe de mágica.
Ademais, se você tiver a mente aberta para explorar a fundo os controles do compressor, perceberá que o pedal pode até fazer as vezes de reverb, boost, overdrive e equalização. Portanto, solte a criatividade e brinque com os controles sem moderação, beleza?
Para exemplificar ainda melhor, confira este vídeo que demonstra vários modos de usar o pedal de compressor com a guitarra:
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E aí, você conseguiu entender de uma vez por todas o que é o compressor e como usar com a guitarra? Esperamos que sim! Agora é só explorar os recursos do efeito para descobrir a melhor forma de beneficiar o seu som com esse poderoso pedal.
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Enfim, ficamos por aqui. Valeu! Muitos bends.