Quando um guitarrista consegue unir técnica afiada, timbre impecável e identidade própria, algo especial acontece. É exatamente o caso de Kelvin Oliveira, que vem conquistando espaço com uma mistura improvável: rock instrumental e sertanejo.
Em entrevista exclusiva à edição #141 da revista Guitarload, ele revelou que começou a dedilhar suas primeiras notas com apenas 9 anos e, desde então, não largou mais o instrumento. “Sempre gostei de sertanejo, mas nos meus estudos precisei ter referências do rock, country e blues”, conta.
De vídeos na internet a palcos gigantes, Kelvin construiu sua carreira com muito estudo, networking e adaptação. Essa flexibilidade é essencial para um músico que transita com naturalidade entre estilos tão distintos. “No início, eu fazia muitos trabalhos com banda baile. Isso me ajudou, porque sempre escutei e estudei estilos diferentes”, explica.
O segredo do timbre perfeito no sertanejo
Kelvin sabe que, nesse estilo, o som limpo é a alma do negócio. “Para chegar no som clean ideal, uso uma guitarra Strato com captadores single coil, chave seletora na posição 2. Também uso muito chorus para bachata e, quando preciso de um drive, simulo um Fender Twin Reverb com Tube Screamer, bem de leve” , disse.

A precisão na escolha de equipamentos e a atenção aos detalhes fazem seu timbre se destacar, mesmo em meio a arranjos cheios de elementos eletrônicos.
Técnica de shred com sotaque sertanejo
Equilibrar solos velozes com a melodia suave exigida pelo sertanejo é um desafio que ele domina. “Sempre soube dosar onde aplicar cada técnica.
Gosto de misturar estilos, como colocar licks de guitarra baiana no sertanejo”, revela. Essa ousadia mantém sua música fresca e imprevisível.
Olhando para o futuro
Apesar da agenda cheia com shows e gravações, Kelvin já pensa em um projeto instrumental solo. “Tenho músicas guardadas com técnicas que uso no sertanejo, forró, piseiro e bachata. Quando fizer, quero me dedicar 100% a isso.”
No cenário atual, em que guitarristas disputam cada espaço, Kelvin aposta na dedicação, respeito aos colegas e parcerias sólidas para se manter relevante. Seu trabalho prova que fronteiras musicais são apenas pontos de partida para quem ousa criar algo novo.




