A ed. 144 da Revista Guitarload traz uma entrevista exclusiva com Rodrigo Suricato — um dos músicos mais inquietos, versáteis e originais da guitarra brasileira.
Na conversa, o artista revisita suas origens, comenta a influência de ídolos como Eddie Van Halen e Stevie Ray Vaughan, fala sobre autenticidade e revela como transformar defeitos técnicos em assinatura pessoal. O músico também detalha sua rotina no Barão Vermelho, suas recentes escolhas de equipamentos e a busca constante por novos territórios sonoros.
Limitações como linguagem e a formação de uma identidade própria
Logo de início, Suricato revela que a guitarra entrou em sua vida pela porta da curiosidade: uma Gianinni Les Paul pesada como um Jazz Chorus, usada pelo irmão mais velho. Beatles, Led Zeppelin e, sobretudo, Eddie Van Halen moldaram seus primeiros anos. Mas o músico destaca que essas influências não se tornaram moldes: “É bonito entender que minhas principais referências não exercem reflexo direto no que faço”.
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O guitarrista comenta abertamente suas limitações — especialmente a “palhetada ruim” — e explica como elas impulsionaram sua criatividade:
Quem é nota 7 em tudo não é bom em nada. As limitações são molas propulsoras da criatividade
Rodrigo Suricato
O momento decisivo na carreira veio com o Gibson Contest, quando foi escolhido “Melhor Guitarrista Brasileiro”. Ele afirma não ter sido o mais técnico, mas o mais diferente. E foi justamente essa diferença que o validou artisticamente: “O prêmio não me levou a lugar algum por si só, mas ajudou a promover meu surgimento como artista”.
A evolução natural o levou a Stevie Ray Vaughan, Clapton e Ry Cooder, que o aproximaram de uma guitarra mais interpretativa. E nomes brasileiros como JR Tostoi e Billy Brandão completaram a visão de que o país está cheio de grandes guitarristas — ainda que, segundo ele, “cada vez mais parecidos”.

Fase atual: Barão Vermelho, PRS, redes sociais e novas fronteiras musicais
Equilibrar sua personalidade artística com o legado do Barão Vermelho é, segundo Suricato, um processo orgânico: “Não consigo não ser eu mesmo, mas jamais brigaria com a memória afetiva das pessoas”. Cantor e guitarrista, ele afirma que hoje privilegia comunicação, interpretação e performance.
Na estrada, tem optado por pedaleiras — e acaba de adotar uma FM9 — enquanto no estúdio mantém pedais da UAD. Seu momento mais curioso, porém, está nas guitarras:
As PRS têm me levado para lugares onde não tenho referências. Diferente das Gibson e Fenders, nelas eu não penso em ninguém
Rodrigo Suricato
Suricato também aponta novos desejos, como explorar música caribenha e guitarrada paraense, e reforça o papel positivo das redes sociais como extensão de sua expressão artística.




