A tecnologia de modelagem de amplificadores mudou de vez o jeito de tocar guitarra — e poucas empresas simbolizam tanto essa virada quanto a Neural DSP. Em conversa com Rick Beato, o CEO da marca, Douglas Castro, voltou às origens da empresa e explicou como lançamentos de concorrentes como Line 6 e Kemper acabaram, sem querer, inspirando o nascimento de seu maior rival.
Antes da Neural DSP, Castro havia fundado a Darkglass, marca voltada a equipamentos para baixo. Mas, por volta de 2014, ele percebeu que o mercado estava mudando rápido demais e que ignorar o digital poderia ser fatal. “Fiquei realmente preocupado. Não queria ser como a Nokia quando o iPhone apareceu”, contou Castro.
Na época, o Kemper começava a ganhar força com sua tecnologia de profiling, a Fractal já tinha espaço consolidado e a Line 6 Helix surgia com enorme impacto. “O Kemper chegou e, com ele, qualquer um podia ‘capturar’ soluções que eu já fazia. Fiquei pensando: será que vamos ser ultrapassados?”, relembra.
Foi nesse momento que Castro decidiu reagir. “Você faz sucesso, aí alguém aparece com tecnologia melhor, mais recursos, e todo mundo migra. Eu precisava de uma resposta para isso”, explicou. Essa resposta começou a ganhar forma no que viria a ser o Quad Cortex. A ideia não era apenas copiar o que já existia, mas entender o que os músicos amavam — e odiavam — nos modeladores disponíveis. “Tinha que haver espaço para melhorar”, afirmou.
O desenvolvimento levou cerca de seis anos. Lançado em 2021, a pedaleira Quad Cortex rapidamente conquistou guitarristas exigentes como Dave Mustaine e John Petrucci, tornando-se referência no setor.
Hoje, o equipamento segue visto como um padrão de excelência — e a Neural DSP continua avançando, como prova o recente lançamento do Archetype: John Mayer X, plugin que recria alguns dos timbres mais icônicos do guitarrista.
As informações são do site Guitar World.




