A PRS Guitars, reconhecida mundialmente por instrumentos de alto padrão, considerou encerrar sua série SE. A decisão foi motivada por diminuição nas vendas e desafios de mercado. O próprio Paul Reed Smith, fundador da marca, reconheceu que a linha estava em risco e que ajustes eram necessários para justificar sua manutenção.
No entanto, algo inesperado garantiu a sobrevivência da série: a recomendação de professores de guitarra aos seus alunos.
A influência desses educadores gerou uma demanda consistente, que acabou tornando a SE viável economicamente. Paul Reed Smith comentou que a linha SE foi “salva por aqueles que a utilizam no ensino e indicam para iniciantes”, destacando a importância de ouvir o público real, e não apenas números de vendas imediatos.
Por que a linha SE enfrentou dificuldades?
A série SE sempre foi posicionada como uma porta de entrada para o mundo PRS: guitarras de qualidade acessível, mas que mantêm a assinatura da marca. Apesar disso, fatores de mercado colocaram a linha em cheque:
- Concorrência intensa entre instrumentos de entrada, incluindo marcas com preços mais baixos.
- Percepção de valor entre consumidores que poderiam optar diretamente por modelos PRS mais caros ou outras marcas intermediárias.
- Margens reduzidas para a empresa, já que a SE precisa equilibrar custo de produção com preço final acessível.
O risco era que o esforço de manter uma linha de instrumentos de entrada não compensasse em lucro. No entanto, o feedback de professores e alunos mostrou que a SE tinha função estratégica: formar novos guitarristas e criar fidelidade à marca desde o início da carreira.
Atualizações recentes reforçam a linha
A PRS aproveitou o momento para revisar a série SE. Os lançamentos recentes incluem:
- Novos modelos com acabamento atualizado e ergonomia aprimorada.
- Versões canhotas para atender a públicos específicos.
- Ajustes em eletrônica, captadores e hardware, mantendo padrão de qualidade PRS.
- Maior diversidade de cores e combinações de corpo e braço.
Essas alterações não apenas mantêm a linha relevante, como também a reposicionam como alternativa confiável para músicos iniciantes e intermediários. A PRS deixou claro que a SE não é apenas uma guitarra de entrada, mas um instrumento capaz de entregar performance consistente e durabilidade.
A importância estratégica da linha SE
O caso da SE evidencia um ponto essencial: instrumentos de entrada são muito mais que produtos de baixo custo — são ferramentas que moldam a base do mercado de guitarras. Para a PRS, a linha SE cumpre múltiplas funções:
- Introduzir novos músicos à marca, aumentando a possibilidade de upgrade futuro para modelos mais avançados.
- Garantir um produto confiável para estudantes, mantendo consistência em ensaios, aulas e apresentações.
- Manter relevância em mercados saturados, oferecendo qualidade que se diferencia da concorrência de baixo custo.
A sobrevivência da SE mostra que decisões estratégicas de uma marca não podem ignorar a experiência do usuário final. Profissionais da educação musical, nesse caso, tiveram papel direto em influenciar o rumo de uma linha inteira.
Impacto para o mercado e músicos
Para guitarristas, a linha SE representa uma oportunidade de acesso a instrumentos de padrão internacional sem a necessidade de investimento elevado. Além disso, oferece confiabilidade em afinação, construção e timbre, permitindo seu uso de forma consistente em estudos, gravações e pequenos shows.
Outro ponto importante é a portabilidade e a manutenção simplificada, características que diferenciam a SE de modelos profissionais mais complexos. Para a indústria, o caso PRS SE reforça que uma linha de entrada bem planejada e alinhada ao público pode ser fundamental para a sustentabilidade da marca.
Não se trata apenas de lucro imediato, mas também de construir fidelidade, reputação e relevância a longo prazo.





