Quando o assunto é manter o groove afiado, Cory Wong não deixa margem para o improviso descompassado. Nesse sentido, a palavra-chave dele é consistência. Com sua famosa técnica moto perpétuo — ou “steady motor”, como ele chama — o guitarrista de jazz-funk conquistou o respeito (e a curiosidade) da cena mundial. E o que parece um ininterrupto balançar de mão, na verdade, esconde um truque poderoso que pode mudar tudo no seu play.
Segundo o próprio Cory, a mão direita é o relógio do guitarrista. “Ela é quem dita o tempo e entrega o groove”, explica. E é aí que entra a mágica: a ideia é manter a mão em movimento constante, pra cima e pra baixo, como um pêndulo hipnotizante — mesmo quando você não está tocando todas as notas. O resultado? Um ritmo estável, fluido e contagiante, conforme você confere abaixo:
A mão que nunca para: por dentro da técnica moto perpétuo
Essa técnica não é só uma escolha estilística — é uma verdadeira filosofia rítmica. Cory Wong defende que a mão direita deve se mover o tempo todo em semicolcheias, num fluxo ininterrupto, criando uma base sólida que dá liberdade ao restante da performance.
E o mais curioso: mesmo nos momentos em que ele não está palhetando todas as notas, a mão segue firme no padrão. O movimento constante garante que o tempo nunca se perca — é como se o próprio corpo estivesse marcando o compasso.
“O movimento contínuo resolve muita coisa automaticamente. Nem preciso pensar nas palhetadas… o ritmo toma conta por si só”, afirma Cory.
Esse método, que lembra um motor funcionando sem pausa, ajuda o músico a manter a naturalidade e consistência, especialmente em grooves mais complexos. O segredo está em automatizar a mão direita ao ponto de ela se tornar uma extensão do seu tempo interno.
Nem toda situação pede o mesmo ataque, mas o princípio segue firme
Claro que nem tudo é regra absoluta. Cory reconhece que certas músicas ou situações exigem abordagens diferentes. “Tem momentos em que eu mudo minha levada, dependendo da necessidade musical. Mas essa técnica é um guia geral — e funciona na maioria dos casos”, revela.
Além disso, o guitarrista recentemente causou alvoroço ao afirmar que todo músico deveria conhecer cada nota do braço da guitarra. A declaração dividiu opiniões, mas Wong não se abalou: “Não imaginei que isso fosse mexer com tanta gente… mas eu tô aqui pra isso”, sentenciou.
Essa postura provocadora reflete exatamente o espírito da técnica moto perpétuo: desafiar o convencional, questionar o básico e, principalmente, garantir que o groove nunca vacile.
Se você já se pegou perdido no ritmo ou sentiu sua palhetada falhar no calor da música, talvez esteja na hora de adotar a abordagem de Cory Wong. Transformar sua mão direita num verdadeiro motor pode ser o diferencial entre tocar e fazer a música acontecer. Afinal, no final das contas, quem segura o tempo… segura o poder.
As informações são do site Guitar.com.