O jovem Filipe Rosset acaba de colocar a guitarra brasileira em mais um patamar das “grandes ligas”. Nesta semana, Rosset anunciou sua parceria com a Gibson. Com o acordo, ele passa a ser o único brasileiro a integrar, atualmente, uma família lendária que dispensa apresentações.
Em conversa exclusiva com a equipe Guitarload, Filipe revelou detalhes sobre a parceria. Logo de cara, ele explica que não é uma situação “draconiana”, ou seja, o acordo é interessante para ambas as partes.
A Gibson vai me impulsionar na carreira! Vai me oferecer quantos instrumentos eu precisar. Quando alguém entra na marca Gibson, é diferente de entrar em outras marcas, que têm contratos de 3, 5 ou até 10 anos. É algo a longo prazo, praticamente para a vida toda. Sempre vou ter apoio da marca e tudo que eu precisar em relação a equipamentos eles vão me mandar”
Filipe Rossete
No início de agosto, ele visitou o escritório da Gibson em Miami para buscar sua guitarra, uma bela Les Paul 60s Standard. A partir de agora, qualquer novo equipamento poderá ser solicitado diretamente à marca.
Além disso, Filipe participará de workshops e clínicas representando oficialmente a Gibson, algo que considera muito diferente de todas as outras parcerias do mercado.
O surgimento da parceria de Filipe Rosset com a Gibson
Filipe revelou detalhes sobre a parceria e explicou como chegou até os representantes da icônica marca de guitarras. Segundo ele, o guitarrista Doug Aldrich foi quem fez a ponte, enviando um vídeo para a Gibson — e a reação foi imediata. Não houve processo seletivo nem burocracia: assim que viram o material, os executivos já decidiram convidá-lo para fazer parte da família Gibson.
Filipe tem 21 anos e, apesar da pouca idade, já alcançou patamares desejados por muitos músicos veteranos. Nunca foi sorte — sempre foi fruto de muito trabalho. Afinal, entre os primeiros acordes no violão e a parceria com a Gibson, se passaram 14 anos.
A seguir, um breve resumo da trajetória dele:
7 anos – Iniciou os estudos no violão clássico;
12 anos – Começou a tocar guitarra;
15 anos – Gravou com grandes músicos de metal brasileiro, incluindo Alírio Neto;
16 anos – Iniciou os estudos em jazz e música brasileira;
18 anos – Realizou seu primeiro trabalho fora do Brasil (Tennessee e Virgínia, EUA), sendo convidado para gravar uma música própria com músicos do Coldplay, John Legend e Amy Lee, entre outros;
19 anos – Lançou o livro Hexatonic Minor Scale, que teve grande repercussão internacional e atraiu artistas como Jordan Rudess, Bumblefoot e Al Di Meola para aprender o conteúdo;
21 anos – Participou da NAMM Show representando quatro marcas, reuniu-se com Jordan Rudess e tocou com Doug Aldrich, iniciando uma amizade duradoura. Nesta mesma fase da vida, surgiu a oportunidade de trabalhar com uma das principais fabrincantes da história da guitarra.
O sucesso nunca vem antes do trabalho. E se você sonha em chegar a lugares que muitos consideram inatingíveis, Filipe tem conselhos preciosos. Ele destaca a importância de estudar bastante e, aos poucos, criar conexões com pessoas que inspiram.
Segundo ele, muitos dos grandes artistas que o influenciam entraram em contato justamente porque ele desenvolveu um fraseado único na guitarra. Filipe reforça ainda que trabalhar no próprio som e criar algo singular é fundamental para se destacar.
Jornalista, com especialização em Produção e Crítica Cultural. Pesquisador independente de música, colecionador de discos de vinil e mídias físicas. Toca guitarra, violão, baixo e teclado. Trabalha na Guitarload desde março de 2025.