Joe Bonamassa não mediu palavras ao comentar o legado de Ozzy Osbourne como líder de banda. Em entrevista recente, o bluesman norte-americano destacou o talento do Príncipe das Trevas para escolher guitarristas geniais — e explicou por que isso diz muito sobre a mente criativa por trás dos maiores clássicos do metal.
Segundo Bonamassa, a habilidade de Ozzy em selecionar guitarristas que marcaram gerações pode ser comparada à de John Mayall nos anos 1960. “Ozzy era o John Mayall do heavy metal”, afirmou. Assim como o britânico revelou nomes como Clapton, Peter Green e Mick Taylor, Ozzy soube identificar e elevar talentos como Randy Rhoads, Zakk Wylde, Jake E. Lee, Brad Gillis e o eterno Tony Iommi.
Simples na estrutura, mas gigantes na execução
Para Bonamassa, o diferencial das músicas de Ozzy está no equilíbrio entre a simplicidade das composições e o nível altíssimo de exigência técnica para quem toca. Ele lembra de uma fala marcante do próprio vocalista: Ozzy queria alguém capaz de “chutar o traseiro de Eddie Van Halen” na guitarra. Ou seja, não bastava ser bom — o guitarrista precisava ser um visionário.
“Ozzy exigia um guitarrista muito especializado. Sua música era simples, mas precisava de alguém que deixasse sua marca pessoal”, comentou Bonamassa. E é justamente isso que transformou faixas icônicas em verdadeiros hinos. Com Randy, Jake ou Zakk, as mesmas canções ganhavam identidades únicas.
Guitarrista bom era essencial — mas Ozzy também era um grande cantor
Na mesma conversa, Joe Bonamassa aproveitou para destacar algo que muita gente costuma ignorar: o talento vocal de Ozzy. Para ele, o alcance e a personalidade vocal do cantor são subestimados. “Você só percebe o quão difícil é cantar como Ozzy quando tenta fazer um cover”, disse. A voz aguda e cheia de presença foi mantida até o fim da carreira — inclusive em sua última performance no Reino Unido, poucas semanas antes de sua morte.
Uma honra que virou história
Bonamassa também relembrou com carinho a vez em que participou de um projeto com Ozzy: um cover de “For What It’s Worth”, do Buffalo Springfield, gravado para o box Prince of Darkness e relançado no álbum Under Cover em 2005.
“Foi uma das maiores honras da minha carreira. O legado de Ozzy viverá para sempre. A música que ele fez é profunda, poderosa”, afirmou Joe, visivelmente emocionado.
Ozzy vive em cada riff que nos faz arrepiar
Com palavras sinceras, Bonamassa sintetizou um pensamento que todo fã de música sente: Ozzy era mais do que um frontman excêntrico. Era um arquiteto sonoro que moldava sua banda com cuidado quase cirúrgico. E isso explica por que, até hoje, seus discos seguem sendo estudados, copiados — e venerados.
A herança deixada por Ozzy Osbourne vai muito além dos palcos. Ela vive em cada riff, em cada solo, em cada nota tocada com fúria e sentimento. E agora, com depoimentos como o de Joe Bonamassa, fica ainda mais claro: a história do metal jamais será contada sem o nome de Ozzy brilhando no topo.





