Joe Bonamassa voltou a causar barulho na cena guitarrística, mas, desta vez, não foi pelo seu virtuosismo no blues. Em entrevista recente, o guitarrista deixou claro que não se importa mais com a quantidade de pedais que alguém utiliza no palco. Segundo ele, cada músico tem liberdade para explorar seu som da maneira que quiser.
Essa posição é completamente oposta ao que Bonamassa defendia anos atrás, quando atacava guitarristas que dependiam de grandes pedaleiras para criar paisagens sonoras. Na época, ele chegou a classificá-los como “preguiçosos pra caramba”, insinuando que fugiam do desafio de tirar timbres expressivos diretamente do instrumento.
De crítico implacável a defensor da liberdade musical
Em 2017, suas falas inflamaram a comunidade de guitarristas. Na ocasião, ele provocou: “Esses caras mal sabem tocar um acorde, mas se dizem criadores de soundscapes. Saiam daqui, p033@!”. As palavras pesadas renderam uma enxurrada de críticas, especialmente quando sua própria pedaleira – recheada de fuzzes vintage, switchers complexos e efeitos de boutique – foi exposta publicamente.
Agora, em 2025, a postura é bem diferente. Ao ser questionado sobre músicos que “escondem” o timbre natural da guitarra atrás de uma parede de efeitos, Bonamassa respondeu sem rodeios: “Os músicos podem fazer o que quiserem. Eu não dou a mínima para o que os outros fazem. Você faz o que quiser, eu faço o que eu quiser, e pronto”, disse.
O tom direto e quase desafiador mostra que ele parece ter abandonado a cruzada contra pedais, adotando uma visão mais flexível e aberta sobre as diferentes formas de expressão.
Uma visão pragmática sobre equipamento
Apesar da mudança de opinião, Bonamassa não deixou de lançar sua típica ironia. Ele comentou que, se alguém quiser carregar “uma mesa cheia de porcaria para uma boate”, está livre para isso. Mas também destacou que tocar plugado direto no amplificador continua sendo uma opção válida.
A mensagem que fica é clara: para Bonamassa, o importante não é o tamanho da pedaleira, mas sim a música que sai dela. No fim das contas, ele reconhece que a guitarra continua sendo apenas um meio de expressão e que cada artista deve seguir o caminho que faz sentido para si.
Essa reviravolta não apenas surpreende os fãs, mas também reforça a ideia de que até mesmo os músicos mais tradicionais podem rever suas opiniões. Afinal, em um cenário musical cada vez mais plural, talvez não exista espaço para dogmas.




