Joe Satriani revelou que seu encantamento com guitarras vintage desapareceu ainda na juventude, enquanto trabalhava em uma loja especializada nesse tipo de instrumento. Segundo o músico explicou em entrevista recente à D’Addario, a experiência o fez perceber que preço e idade não tornam uma guitarra especial.
“Trabalhando em uma loja de guitarras vintage, você fica meio desiludido com o preço e com o som real dessas coisas”, contou. “Depois do expediente, eu e meus amigos sentávamos lá, tocando todas aquelas guitarras que supostamente eram as mais caras, as mais valiosas e raras, e eles diziam: ‘Não tem nada de especial nisso’”, disse.
Satriani argumentou que o que realmente dá valor a uma guitarra é a forma como o músico se conecta com o instrumento — e não a sua raridade ou o número de zeros no preço. “O músico precisa se conectar com a guitarra para que ela se torne especial”, explicou. “Então eu pensei: ‘É, podemos começar a construir nossas próprias guitarras’. Mas era só para sobreviver semana após semana e tocar no show que eu estava fazendo na época”, finalizou.
A fala de Satriani vai na contramão da romantização comum às guitarras vintage, muitas vezes associadas a uma era de “construção superior” e beleza inigualável, aspectos que causam frisson nos colecionadores. Ainda assim, o guitarrista deixa claro: para ele, o valor de um instrumento está mais na alma de quem toca do que na grife que ele carrega.