John Mayer reacendeu um dos debates mais frequentes entre guitarristas ao afirmar que o raio da escala — tema quase sagrado para muitos músicos — faz menos diferença na tocabilidade do que a altura da correia. A declaração veio durante uma entrevista à Guitar.com, na qual o guitarrista revisitou o processo de criação de sua PRS Silver Sky.
Mayer relembra que, antes de desenvolver o modelo, nem sequer entendia profundamente o conceito de raio do braço. O ponto de partida foi simples: observar as guitarras que mais amava. “Eu simplesmente olhei para as guitarras que mais amava, e elas tinham 7,25 polegadas”, diz, referindo-se ao raio da Silver Sky. “Essa foi a minha referência. Agora que sei a matemática por trás disso, ainda não penso mais nisso.”
Em seguida, ele solta a frase que já está circulando entre músicos do mundo todo: “A diferença entre 7,25” e 9,5” é menos significativa do que a sua correia estar uma polegada mais alta ou mais baixa. Eu discuto isso com qualquer um.”
Para Mayer, há um motivo claro por trás dessa visão. Segundo ele, cada guitarra possui “cerca de 100 pontos de variação” que interferem na experiência de tocar. O raio é apenas um deles. “O perfil do braço ajuda a definir o perfil do braço, que é apenas um dos muitos detalhes”, explica. Por isso, comparar raios de escala só faria sentido se fosse possível construir “duas cópias molecularmente exatas da mesma guitarra” alterando apenas esse fator — algo praticamente inviável.
O guitarrista também reforça que, com uma regulagem bem feita, a discussão perde ainda mais relevância. “Consigo fazer tudo neste braço que faria em um de 9,25”. Se a guitarra estiver regulada corretamente, se os trastes estiverem nivelados – como estes estão – você pode fazer o que quiser em relação aos bends com este raio de braço.”
A afirmação de Mayer toca em um ponto sensível para muitos guitarristas, mas resume bem sua filosofia: antes de mergulhar em debates técnicos, o músico deve encontrar um setup confortável — começando pela altura da correia.





