Lita Ford, um dos nomes mais icônicos do rock, voltou a falar sobre os obstáculos que enfrentou ao começar sua carreira ainda adolescente. Em uma entrevista recente à
WKBN 21, via Ultimate Guitar, ela relembrou como era vista com estranheza apenas por querer tocar guitarra — algo que, segundo diziam na época, “meninas não faziam”.
Mas Lita nunca aceitou esses rótulos. Pelo contrário: usou cada frase negativa como combustível para sua determinação. “Ah, garotas não tocam? Tudo bem. Eu toco”, disse ela, lembrando o espírito rebelde e provocador que marcou sua trajetória com o The Runaways.
Rotulada por ser mulher, não por ser guitarrista
Mesmo décadas após abrir caminho para outras mulheres no rock, Lita acredita que o sexismo continua rondando o mundo da música. Ela observa que hoje existe uma “categoria feminina” dentro do universo da guitarra — algo que não existia quando o The Runaways estava em ação.
“É como se o mundo precisasse criar um rótulo para aceitar que você goste de uma guitarrista. Dizem que você é boa… para uma mulher”, critica. Para ela, esse tipo de classificação é mais uma forma sutil de manter a desigualdade no centro da conversa.
A revolução punk de garotas de 16 anos
Lita recorda que, no auge do The Runaways, ninguém sabia como lidar com uma banda formada por garotas de 16 e 17 anos. “Foi uma batalha. Um time incrível, mas à frente do nosso tempo. Estávamos ali, fazendo história, mesmo que ninguém soubesse o que fazer conosco”, conta.
E fizeram história mesmo. A banda abriu portas, desafiou padrões e deixou marcas profundas no rock ‘n’ roll. Hoje, é impossível contar essa história sem citar o impacto do grupo.
“Não importa a vertente, o importante é estar lá”
Apesar de não concordar com os rótulos, Lita reconhece que ocupar espaço já é uma forma de resistência. “Pode me colocar em qualquer vertente do rock. O importante é que estou ali. De algum jeito, estou fazendo parte”, diz, com a sinceridade de quem viveu — e sobreviveu — ao preconceito no palco e fora dele.
Sua fala emociona não só pelo conteúdo, mas pela força que carrega. Lita Ford não apenas tocou guitarra quando diziam que ela não podia. Ela inspirou uma geração inteira de mulheres a desafiar o impossível com atitude, distorção e riffs certeiros.
Confira a entrecista de Lita Ford, na íntegra:





