O guitarrista e cantor Marcus King afirmou que reduzir o tempo dedicado à guitarra fora da estrada teve impacto direto em sua evolução musical. Segundo o músico, o afastamento intencional do instrumento o ajudou a desenvolver mais sensibilidade, consciência musical e maturidade composicional, refletindo de forma clara em seu trabalho recente.
Em entrevista à Guitar World, King explicou que, quando está em casa, evita pegar a guitarra elétrica. Para ele, o instrumento já é tão natural quanto falar sua língua materna, o que pode limitar novas perspectivas criativas quando usado de forma constante e automática.
Explorar outros instrumentos ampliou a visão musical
Marcus King revelou que passou a dedicar mais tempo a instrumentos como piano, pedal steel, fiddle, banjo e ukulele. Essa mudança, segundo ele, trouxe novas ideias melódicas, harmônicas e rítmicas, influenciando diretamente seu phrasing e sua forma de construir canções.
O músico destacou que essa abordagem o fez pensar menos como guitarrista técnico e mais como músico completo, focado em emoção, espaço e narrativa sonora. Ao retornar à guitarra, ele sente que cada nota ganha mais intenção e peso expressivo.
Guitarra como extensão natural, não como obsessão
King comparou seu domínio da guitarra a habilidades automáticas, como andar de bicicleta. Para ele, insistir no instrumento o tempo todo pode gerar estagnação criativa. O distanciamento, por outro lado, cria contraste e renova o entusiasmo quando ele volta a tocar.
O artista também citou o livro The Music Lesson, de Victor Wooten, como uma influência importante para enxergar a música além do instrumento, priorizando escuta, dinâmica e interação musical.
Reflexos diretos na composição e nos shows
Segundo Marcus King, essa mudança de mentalidade impactou diretamente sua escrita de músicas, tornando as composições mais maduras e menos centradas em demonstrações técnicas. Nos palcos, isso se traduz em solos mais econômicos, porém mais comunicativos, e em arranjos que respiram melhor.
O guitarrista afirma que tocar menos guitarra fora do palco fez com que tocar ao vivo se tornasse mais especial, mantendo o frescor criativo mesmo após anos de estrada.




