O guitarrista Mick Abrahams, integrante original do Jethro Tull e principal força criativa do Blodwyn Pig, morreu na última sexta-feira (19) aos 82 anos. A causa ainda não foi divulgada. Figura central das cenas britânicas de blues e rock progressivo no fim dos anos 1960, Abrahams ajudou a moldar os primeiros passos de uma das bandas mais influentes de sua geração.
As homenagens surgiram rapidamente. Martin Barre, que assumiu a guitarra do Jethro Tull após a saída de Abrahams, publicou uma mensagem emocionada nas redes sociais. “Meu amigo e mentor Mick Abrahams se foi. Ele foi muito gentil comigo, e isso é algo que jamais esquecerei. Um guitarrista magnífico que nos deu tanto. Descanse em paz”, escreveu.
Legado inquestionável
Nascido em 7 de abril de 1943, em Luton, na Inglaterra, Abrahams fundou o Jethro Tull em 1967 ao lado de Ian Anderson. Ele participou do álbum de estreia This Was (1968), levando ao grupo uma sonoridade fortemente enraizada no blues e com toques de jazz. Poucos meses depois, deixou a banda por divergências artísticas: enquanto ele preferia um caminho mais blues-rock, o Jethro Tull seguiu rumo ao progressivo e ao folk.
Sem perder tempo, Abrahams criou o Blodwyn Pig, projeto que conquistou respeito imediato e colocou dois discos — Ahead Rings Out (1969) e Getting to This (1970) — no Top 10 britânico. Sobre aquela fase, ele relembrou em 2018: “Podíamos nos garantir com qualquer companhia. Não nos incomodava dividir o palco com o Crimson ou o Zeppelin. Nada nos abalava.”
Ao longo da vida, enfrentou sérios problemas de saúde, incluindo dois infartos e um AVC em 2009. Mesmo assim, seguiu ativo sempre que possível. Seu último álbum solo, Revived! (2015), contou inclusive com a participação de Martin Barre.
Com uma trajetória marcada por mudanças, reinvenções e fidelidade ao blues, Mick Abrahams deixou um legado sólido. Como ele próprio resumiu certa vez, sua missão era simples: “Fazer música boa e honesta… Sem qualquer preconceito.”





