Nuno Bettencourt reacendeu o debate sobre a dificuldade dos solos clássicos de Ozzy Osbourne ao comentar a desistência de Wolfgang Van Halen de participar do show especial que celebrava fases marcantes da carreira do Madman. Para o guitarrista do Extreme, o filho de Eddie Van Halen fez “exatamente o que qualquer músico prudente faria” quando percebeu o tamanho da responsabilidade.
Segundo Bettencourt, assumir solos eternizados por Randy Rhoads e Jake E. Lee não é apenas dominar técnica — é lidar com a pressão de tocar linhas que marcaram gerações e que ainda hoje são analisadas nota por nota pelos fãs mais exigentes. Ele reforçou que “ninguém quer subir ao palco para ser comparado a lendas desse calibre”, especialmente em um evento de alto perfil, com câmeras e colegas de profissão observando cada detalhe.
Wolfgang recuou — e Nuno assumiu 12 músicas de última hora
O plano original previa que Bettencourt participasse apenas de duas faixas. Com a saída de Wolfgang, porém, ele acabou assumindo boa parte do repertório, totalizando 12 músicas. O guitarrista relembra que mergulhou nos arranjos, dedicando várias horas por dia para chegar o mais perto possível da energia e do espírito das gravações originais.
Ele destacou que não tentou “modernizar” ou “reinventar” os solos, e sim respeitar o caráter de cada época: a agressividade cirúrgica de Rhoads e a pegada nervosa de Jake E. Lee. Para Nuno, o desafio vai muito além de tocar rápido: “É entregar a musicalidade, a intenção e o peso emocional que esses caras colocaram nas faixas.”
A herança que ninguém quer arriscar manchar
O comentário de Bettencourt ressoa entre guitarristas porque revela um ponto sensível: assumir solos históricos envolve mais risco que glamour. Um deslize, mesmo pequeno, vira combustível para críticas online, comparações ingratas e análises eternizadas em vídeo.
É por isso que, segundo ele, Wolfgang tomou a decisão mais sensata. “Se algo dá errado nesse tipo de palco, você carrega isso por anos”, reforça. A escolha de recuar, portanto, não seria sinal de insegurança — mas de maturidade artística.



