Imagine um pedal de overdrive com som impressionante… que também permite vaporizar ervas. Sim, essa é a proposta ousada do Vapor Drive, criação de Robert Keeley, um dos nomes mais respeitados no universo dos pedais de efeito. A ideia, que une inovação musical e cultura alternativa, acabou esbarrando em algo que nenhum guitarrista esperava: a lei.
Com décadas de experiência e produtos consagrados — como o Keeley Compressor, usado por nomes como John Mayer — Keeley já mostrou que entende do assunto. Mas seu novo experimento criativo esbarrou em obstáculos legais difíceis de contornar.
Do laboratório à gaveta proibida
O Vapor Drive foi pensado como o primeiro pedal recarregável da marca. Ele funciona com conexão USB ou bateria de 9V padrão e oferece, segundo o criador, uma distorção “incrível”. Mas o verdadeiro diferencial é que o pedal também atua como um vaporizador de ervas, incluindo a maconha. E aí começa o problema.
“Não posso vendê-lo na Amazon, eBay ou Reverb porque ele é considerado um produto de tabaco ou vaporizador”, explicou Keeley em entrevista recente. Em outras palavras, a legislação que regula a venda de dispositivos voltados ao consumo de substâncias controladas acabou bloqueando o lançamento.
Curiosidade, frustração e uma pitada de humor
Apesar da frustração, Keeley encara a situação com bom humor. “Então, coço a cabeça e dou uma tragada no meu pedal Vapor Drive sem fio”, disse, sugerindo que ainda há ao menos um protótipo funcional no mundo — e que ele continua sendo usado, mesmo que apenas nos bastidores.
Para os músicos que gostam de colecionar pedais raros ou inusitados, a ideia de um pedal-vaporizador é quase irresistível. Mas, infelizmente, não há previsão de que ele chegue às prateleiras. A menos, claro, que mudanças legais no futuro permitam isso.
O futuro da marca continua
Apesar do Vapor Drive estar fora de circulação, a mente criativa de Keeley continua a todo vapor. Ele afirma não ter planos de vender sua empresa e pretende continuar desenvolvendo novos pedais, seguindo os passos de marcas como Gibson, Fender e Electro-Harmonix.
Seu objetivo? Criar uma empresa que atravesse gerações, mantendo viva a tradição artesanal dos pedais de efeito — mesmo que alguns projetos tenham que esperar o mundo estar pronto para eles.





