A lendária Gibson ES-345 não é apenas mais uma guitarra na coleção de Marcus King — ela é o coração pulsante do seu som e do seu legado familiar. Conhecido por extrair timbres comoventes e profundos, o guitarrista revelou por que essa semiacústica vintage se tornou praticamente uma extensão de sua alma.
Logo de cara, Marcus afirma que nem precisa mexer nos controles de volume e tonalidade para atingir o som ideal. A combinação entre os captadores da ES-345 e o ataque dos seus dedos já entrega tudo o que ele precisa. O timbre é moldado mais pela emoção do que por configurações técnicas. A escolha da vibrola lateral em vez de um tailpiece tradicional também não foi à toa — ele queria algo que se destacasse não apenas pelo visual, mas pela responsividade.
E tem mais: a configuração estéreo da guitarra exige uma pegada diferente. Segundo ele, isso influencia diretamente na forma de tocar, forçando o músico a sair da zona de conforto. É justamente essa tensão criativa que o inspira a tirar sons que poucos conseguem replicar.
O Woman Tone de Clapton e uma conexão de alma
Se você é fã daquele famoso “timbre feminino” (Woman Tone) que Eric Clapton eternizou na era Cream, vai se impressionar ao saber que Marcus King o reproduz com facilidade. O segredo? O captador da ponte da ES-345, aliado a um toque suave e expressivo. “É tudo uma questão de sensibilidade nos dedos”, afirma o guitarrista, que acredita que técnica sem sentimento não serve para nada.
Mas talvez o aspecto mais poderoso por trás dessa guitarra não esteja nos circuitos ou na madeira, e sim no valor emocional. A ES-345 representa um elo profundo com sua família. A réplica “Big Red”, feita pela Gibson Custom Shop, é uma homenagem direta ao homem que presenteou Marcus com a original — alguém que não só lhe deu uma guitarra, mas abriu as portas para a música e a vida.
Para Marcus, cada nota tocada na ES-345 carrega história, afeto e propósito. E é por isso que, mesmo diante de modelos mais modernos, ele continua voltando à sua fiel companheira. Porque no fim das contas, o timbre que mais importa é aquele que vem de dentro.
A entrevista completa, você confere no YouTube da Gibson:




