Quando Richard Fortus entrou para o Guns N’ Roses em 2002, talvez não imaginasse que se tornaria um dos alicerces mais duradouros da banda. Mais de duas décadas depois, o guitarrista é um elo essencial na química sonora do grupo, mantendo vivo o espírito das guitarras que definiram uma era.
Fortus ingressou na formação liderada por Axl Rose em um momento de transição. Nos anos seguintes, o guitarrista enfrentou mudanças constantes de lineup — e, em 2016, um desafio ainda maior: tocar lado a lado com Slash na aguardada reunião da banda.
Na época, Izzy Stradlin, guitarrista original e figura crucial na sonoridade clássica do Guns, decidiu não participar do reencontro. Coube a Fortus equilibrar respeito e autenticidade — tarefa nada simples diante de fãs atentos a cada detalhe das músicas lendárias do grupo.
Em entrevista à Guitar World, ele recordou o impacto dessa nova fase:
“Foi uma grande mudança. Robin Finck era meu guitarrista favorito com quem toquei, além do Slash, e era com ele que eu me sentia mais conectado. Com o Slash, é um nível totalmente diferente. Nunca toquei com outro guitarrista com quem me sinta tão em sintonia.”
O equilíbrio entre respeito e identidade
Apesar da pressão natural, Fortus revelou que nunca foi instruído a tocar “como Izzy”. Ainda assim, opta por preservar elementos essenciais da pegada de Stradlin — um gesto de reverência ao legado que ajudou a moldar o DNA sonoro do Guns N’ Roses.
“Nunca houve um momento em que o Slash me dissesse: ‘Acho que você deveria copiar o que o Izzy fez aqui.’ Ele confia na minha abordagem. Mas há coisas que — em respeito à genialidade do Izzy — eu toco porque são parte essencial da música.”
Essa postura revela o tipo de maturidade artística que mantém a banda viva e coerente, mesmo com o passar dos anos. Fortus não busca substituir Izzy, mas traduzir o espírito das músicas de forma fiel e pessoal, preservando a alma do repertório.





