Yngwie Malmsteen, um dos guitarristas mais influentes da história do rock, voltou a criticar duramente o rumo da indústria musical contemporânea.
Em entrevista recente, o virtuoso destacou que o cenário atual está “diluído” e sem um produto claro a ser vendido, em contraste com as décadas de 70 e 80, quando gravadoras disputavam novos talentos semanalmente.
A transformação da indústria
Nos anos de ouro do rock, as gravadoras operavam como verdadeiras fábricas de novidades. Quando uma tendência estourava, investiam rapidamente em dezenas de bandas com sonoridades semelhantes. Para Malmsteen, isso criava um modelo de negócios previsível: havia um formato a seguir, fosse no rádio, fosse na MTV, e esse formato movimentava bilhões.
Hoje, segundo o guitarrista, esse modelo ruiu. “Não há mais lojas de discos, não há produto. Agora tudo se resume a uma assinatura de streaming, que jamais trará o retorno dos anos 80”, afirmou.
A diluição causada pelo digital
Se antes o impacto cultural de uma banda era potencializado por poucos canais de TV e rádios que ditavam tendências, agora a realidade é outra. Com o YouTube e as plataformas digitais, qualquer pessoa pode lançar um álbum ou clipe sem grandes barreiras de entrada. O resultado, para Malmsteen, é uma saturação que impede qualquer artista de causar impacto real.
Ele compara: “Em 1964, os Beatles se tornaram a maior banda do mundo porque havia dois canais de TV. Se fosse hoje, lançando no YouTube, ninguém daria a mínima”.
Um futuro incerto
Apesar de reconhecer o ressurgimento do vinil como item de nicho, o guitarrista reforça que lançar um álbum já não representa o mesmo marco cultural. “Não existe mais o grande evento. Você pode até gravar um disco, mas cadê as lojas? Cadê a rede de distribuição?”, questionou.
Na visão de Malmsteen, até mesmo abrir uma gravadora mudou de propósito. Se antes empresários como Richard Branson viam nisso uma oportunidade bilionária, hoje o motivo seria apenas paixão pela música, não retorno financeiro.
Malmsteen admite não ter respostas prontas, mas deixa claro que a indústria precisa encontrar novos caminhos para voltar a ser sustentável para músicos. “Algo precisa ser feito, e eu não sei o quê”, resume.
A fala do guitarrista ecoa um debate cada vez mais presente: em tempos de abundância de conteúdo, como garantir que artistas consigam viver de sua arte?
As informações são do site Ultimate Guitar.





