Skin, vocalista do Skunk Anansie, não mede palavras: para ela, o rock precisa parar de se apegar ao passado. Com um novo disco lançado após quase uma década de silêncio, a banda britânica volta com um aviso direto: repetir os riffs de sempre não é mais suficiente.
Em entrevista recente, a cantora declarou que a eletrônica é hoje a fonte mais vibrante de criatividade musical. Segundo ela, “cada riff, em cada conotação, já foi feito”. E reforça: a guitarra ainda é importante, mas está longe de ser o centro de tudo.
Riffs reciclados não contam mais histórias
A crítica de Skin vai direto ao ponto. Segundo a vocalista, muitos artistas continuam apostando em fórmulas gastas. Para ela, isso empobrece a narrativa das músicas. “As pessoas gostam de riffs clássicos porque já conhecem o som. Mas tudo isso já foi feito. É o que Led Zeppelin e AC/DC criaram há décadas”, afirma.
Por isso, o novo trabalho da banda, The Painful Truth, traz uma abordagem diferente. Em vez de repetir estruturas antigas, o Skunk Anansie aposta em sonoridades eletrônicas para criar atmosferas novas. “A nossa empolgação está em fazer o que já fazemos, mas de outro jeito”, resume Skin.
Guitarras com outra função no som moderno
Apesar da crítica, a vocalista não descarta o uso da guitarra. O instrumento continua presente — mas em outro papel. Em vez de ser o protagonista absoluto, ele vira um elemento de textura, de contraste, de composição.
“Hoje a questão é onde colocar a guitarra. Como posicioná-la ao lado de batidas eletrônicas? Como criar algo novo a partir disso?”, questiona. Essa mudança, porém, exige ousadia. Skin admite que o processo envolve riscos e muita experimentação. “Às vezes a gente vai por um caminho e descobre que é um beco sem saída”, disse.
Rock do futuro ou heresia?
A fala de Skin levanta uma questão incômoda para os fãs mais puristas: será que o apego à guitarra como símbolo máximo do rock não está atrasando a evolução do gênero?
O Skunk Anansie aposta na reinvenção como única saída possível. Em um cenário musical saturado de fórmulas repetidas, a banda busca novas maneiras de contar histórias — e a eletrônica é a aliada mais poderosa nesse processo.
Se a provocação de Skin for levada a sério, talvez o futuro do rock não esteja mais nas cordas, mas sim nos circuitos. Aperte o play e entenda por que, para Skin, o futuro do rock já não tem mais guitarras:





