O Metallica reformulou seu setup ao vivo ao trocar amplificadores tradicionais por modeladores digitais, decisão que redefiniu o visual e a logística da turnê.
A mudança, comentada pelo técnico de guitarras de James Hetfield, Chad Zaemisch, marcou um ponto de virada na experiência dos shows. A banda percebeu que a ausência das enormes paredes de caixas liberou espaço para recursos visuais modernos e ampliou a liberdade no design do palco.
A transição para os modeladores digitais
Zaemisch afirma que a troca não prejudicou o impacto visual da banda. Para ele, apenas parte do público se interessa pelo equipamento no palco, enquanto a maioria busca dinamismo. Ele explica que, durante décadas, pilhas de amplificadores fizeram parte da estética do metal ao vivo. Mas o avanço dos modeladores digitais mudou o jogo, oferecendo praticidade e consistência sonora.
O gatilho: a apresentação na Antártida
A virada começou em 2013, no inusitado concerto “Freeze ’Em All”, realizado na Antártida. A banda precisou encontrar uma solução que eliminasse o uso de caixas de som para evitar impacto ambiental.
Zaemisch lembra que a equipe da Fractal foi fundamental naquele momento. Matt Picone ajudou a configurar todos os timbres e orientou a banda na nova abordagem. A experiência mostrou que os modeladores ofereciam confiabilidade, portabilidade e controle absoluto de volume, algo crucial no show isolado.
O papel de James Hetfield na mudança
O técnico destaca que Hetfield abraçou a tecnologia com curiosidade e mente aberta. Ele queria entender cada vantagem e cada limite antes de aprovar a transição.
Essa postura fez a banda evoluir rapidamente no uso dos modeladores. Zaemisch diz que Hetfield poderia ter descartado a ideia, mas preferiu explorar o potencial máximo da ferramenta.
A adoção definitiva veio quando o grupo percebeu que o novo sistema permitia reproduzir seus sons clássicos com precisão e estabilidade todas as noites. Segundo o técnico, muitos fãs sequer percebem a ausência dos amplificadores físicos. Para ele, o foco dos shows atuais está na imersão visual, e não no “muro” de caixas.
Para Zaemisch, a ausência das torres de amplificadores liberou o palco e ampliou as possibilidades visuais. Telões, efeitos e elementos cenográficos passaram a ocupar o espaço antes tomado pelas caixas.
Ele afirma que, com menos barreiras físicas, o conteúdo visual ganhou protagonismo. Hoje, o Metallica pode distribuir imagens, gráficos e efeitos em múltiplos ângulos, criando um show mais envolvente.
O técnico resume a nova fase dizendo que “poucas pessoas querem ver uma banda parada diante de amplificadores”, e que o público atual espera uma experiência mais ampla, dinâmica e tecnológica.





