Tosin Abasi, guitarrista do Animals as Leaders, explicou em recente entrevista como o compressor pode transformar o som da guitarra e até facilitar a execução de certas técnicas.
Efeito que costuma dividir opiniões, a compressão já foi criticada por nomes como Adrian Vandenberg, do Whitesnake, que aponta que “compressão demais” pode engolir o som da guitarra. Bandas de pegada pesada e direta, como o AC/DC, também costumam passar longe do recurso. Para Abasi, no entanto, a compressão merece mais respeito.
Na conversa com a Thomann Guitars & Basses, ele lembrou que o efeito quase sempre está presente na música, mesmo quando o guitarrista não percebe. “Acho que, se você já gravou alguma vez, sabendo ou não, o engenheiro provavelmente colocou um pouco de compressão, seja na guitarra limpa ou em qualquer outra coisa”, explicou. Segundo ele, existem vários tipos de compressão, mas sua preferência é por aquela que “faz parecer mais fácil executar coisas complexas”.
Conhecido pelo uso intenso de técnicas percussivas, Abasi destacou que a compressão pode ajudar os ataques das notas a saltarem mais na mixagem. “Normalmente a gente pensa na compressão como uma parede, que achata tudo. Mas existe outro elemento que pode soar quase expansivo”, disse.
Ele comparou esse comportamento ao de amplificadores valvulados: “Quando você toca em um amp valvulado e aumenta o volume, existe uma compressão natural na saída. O som começa a ‘respirar’ de um jeito físico”. Por isso, o compressor usado pela banda do guitarrista tem até um transformador de saída, para simular essa sensação. “Parece que as notas pulam. É algo que você precisa tocar para sentir.”
Em um som denso e cheio como o do Animals as Leaders, a compressão também ajuda a não perder detalhes. “Não é que a gente não goste de dinâmica, mas, em uma banda pesada, você não quer perder informações mais sutis”, explicou. “O compressor organiza tudo e coloca essas ideias mais à frente. E o fato de deixar tudo mais fácil de tocar é enorme.”





