Poucos guitarristas carregam tanta intensidade nos palcos quanto Zakk Wylde. Aos 58 anos, o cara já atravessou décadas de estrada ao lado de Ozzy Osbourne e com sua banda, Black Label Society. Ainda assim, para ele, falar em aposentadoria parece algo distante — a não ser que o corpo o obrigue a parar.
Em entrevista recente, Wylde refletiu sobre sua longa trajetória. Amigos da época em que entrou na banda de Ozzy, entre 1987 e 1988, já se surpreendiam por vê-lo ainda em turnê. Muitos colegas de estrada preferiram empregos fixos, próximos de casa. Mas Zakk não se imagina longe da vida de shows.
Ele foi direto: “Eu amo isso, de verdade. Não consigo me imaginar parando enquanto tiver forças para subir ao palco todas as noites.” A música, para ele, não é apenas trabalho, mas algo que dá sentido à sua existência.
A referência aos Stones e ao espírito eterno do rock
Para ilustrar sua visão, Wylde comparou sua jornada à de bandas como os Rolling Stones. Ele citou Keith Richards, que sempre rebate perguntas sobre aposentadoria com outra pergunta: “Me aposentar de quê?”. Para Zakk, essa mentalidade traduz perfeitamente o sentimento de quem vive pela música: se tocar é prazer, não há porque se desligar.
Segundo o guitarrista, só existe um limite real: quando o corpo já não responde. “É como nos esportes. Chega uma hora em que você não consegue mais jogar no nível de antes. Mas até lá, você continua.”
Um olhar para os mestres que seguem ativos
Wylde também lembrou de outros músicos que continuam brilhando depois de décadas, como Al Di Meola e John McLaughlin. Para ele, esses exemplos confirmam que a música não tem prazo de validade. “Eles fazem porque amam. É o mesmo que sinto todas as noites quando pego a guitarra.”
Relembrando sua própria história, mencionou o clipe de Miracle Man, gravado em 1988. “Olho para aquilo e parece que foi ontem. Já se passaram quase 40 anos, mas não me sinto tão diferente assim.”
A herança de Ozzy e o vínculo com o passado
Apesar da dor de ver Ozzy, seu maior mentor e amigo, afastar-se dos palcos, Zakk reforça que essa ligação ainda o inspira. Para ele, revisitar álbuns como Black Sabbath Vol. 4 é como abrir um livro cheio de memórias vivas, que não envelhecem com o tempo.
Com o mesmo entusiasmo, ele compara ouvir Jimmy Page ou Tony Iommi a saborear algo simples e eterno, como um sanduíche de pasta de amendoim com geleia. “O gosto continua o mesmo, não importa a idade. É assim que sinto quando toco.”
Música como fase que nunca acaba
A única hipótese de Wylde considerar uma aposentadoria seria se não tivesse mais condições físicas de tocar em alto nível. Fora isso, ele acredita que sempre encontrará uma forma de se manter ligado ao universo da música.
“Sou verdadeiramente abençoado por poder fazer isso todas as noites”, afirmou. E com esse espírito, Zakk mostra que sua chama segue acesa, reafirmando que, para quem ama a música, não existe linha de chegada.




