Jimmy Page é um dos músicos mais importantes da história do rock. Não só na guitarra, como também na produção, Page fez história com o Led Zeppelin.
Curiosamente, há quem critique a forma como Jimmy Page toca guitarra. Para muitos, o músico era um pouco desleixado no instrumento, deixando imperfeições aparentes tanto em shows quanto em gravações de estúdio.
Em entrevista ao canal da Gibson no YouTube, com transcrição do Ultimate Guitar, o engenheiro de som Eddie Kramer, que trabalhou em alguns discos do Led Zeppelin, saiu em defesa de Jimmy Page. Para Kramer, o rock precisa ter um pouco de imperfeição e que o feeling é sempre o mais importante.
O assunto veio à tona após o entrevistador perguntar a Eddie Kramer a respeito das gravações da música ‘Heartbreaker’, lançada no álbum ‘Led Zeppelin II’ (1969). A canção tem um solo de guitarra bem no meio de seu andamento, onde o instrumento assume a linha de frente totalmente isolado, sem baixo ou bateria no acompanhamento. Ali, é possível entender a “imperfeição ideal” de Jimmy Page.
“Lembro de termos gravado ‘Heartbreaker’ em outro estúdio, acho que em Mayfair (Nova York). Fiz overdubs nela em algum ponto. Há outros exemplos, como em ‘Moby Dick’, que sei que substituí um pequeno trecho do solo de bateria e colei na música. Dá para ouvir a edição, até pelas mudanças de acústica, pois foram gravações em lugares diferentes, mas quem liga? É parte da história”, afirmou Kramer, inicialmente.
O engenheiro de som complementa: “Led Zeppelin, Rolling Stones, Jimi Hendrix e todos esses grandes artistas vintage da era de ouro do rock and roll não ligavam muito para erros. Se ficava legal, eles deixavam, não tentavam editar”.
O entrevistador, então, destaca que a ideia dos clássicos do rock é transmitir a energia da gravação, e não obter perfeição estética. Por isso, segundo ele, as técnicas modernas de captação musical tiraram um pouco do charme do rock.
“O rock and roll precisa ter um cabelinho ali”, respondeu Eddie Kramer, aos risos. “Ele não foi criado para ser perfeito. Era rock and roll. Existiam variações de tempo, nem sempre as guitarras estavam perfeitamente afinadas, às vezes o vocalista não chegava nas notas. Porém, se aquilo expressa uma emoção que comunicava com o público, você deixava assim mesmo”, completou.
Confira a entrevista na íntegra – em inglês, sem legendas: