Eddie Van Halen, que nos deixou no último mês de outubro, tinha um som único na guitarra. Brian May, amigo do lendário músico e famoso integrante do Queen, revelou um dos segredos do gênio em entrevista.
Durante o papo, que rolou com a ‘Total Guitar‘, May relembrou, inicialmente, de quando viu Eddie pela primeira vez pessoalmente. Por ter quase 10 anos a mais que ele, Brian se recordou do amigo como “um garoto” naquela ocasião.
“Penso nele como um garoto na época. Era um tanto mais jovem que eu. Foi nos bastidores de um show em Munique, na Alemanha, quando o Van Halen abriu para o Black Sabbath. Sabia um pouco sobre a banda e, por sorte, cheguei cedo e vi o show deles, pois eu estava ali para ver Tony (Iommi, do Black Sabbath). Fiquei pasmo com Eddie. Nunca vi algo daquele jeito na minha vida. Foi como ver Jimi Hendrix pela primeira vez.”
O entrevistador, então, citou algo peculiar que Eddie Van Halen e Brian May têm em comum: os dois se tornaram notáveis por usarem guitarristas que eles próprios construíram. Eddie tinha a sua clássica Frankenstrat, enquanto Brian se apresentava com a icônica Red Special.
O brown sound de Eddie Van Halen
Por serem tão amigos, os dois “trocavam figurinhas” sobre guitarras o tempo todo. Em meio a essas conversas, Brian May descobriu o segredo do lendário “brown sound”, nome dado ao timbre de Eddie Van Halen.
“Conversamos sobre o que ele chamava de ‘brown sound’. Ele falou que era muito influenciado pela forma como a minha guitarra soava, pela amplitude dela. Ele queria algo daquela forma. E era uma questão de onde colocar o captador, em qual ponto abaixo das cordas. É algo técnico.”
Na visão de Eddie Van Halen, nenhuma das guitarras vinha com o posicionamento de fábrica adequado para os captadores. Ele, então, fazia essa alteração em todos os seus instrumentos.
“Ele dizia que os captadores não ficavam no lugar certo nas guitarras, então, ele os movia. Ficava com um visual bem individual, mas o que realmente tornava o som peculiar era a posição do captador. Era um centésimo de uma polegada de variação para obter o harmônico perfeito e o ‘brown sound’.”
Não era só isso, evidentemente. De acordo com Brian May, também era necessário ter o amplificador correto, mas muito do “brown sound” vinha da posição do captador. E das mãos, é claro.
“Ele já tocou na minha guitarra e eu toquei na dele. E soava como eu tocando na guitarra dele e ele tocando na minha (risos). Isso reforça que, no fim das contas, o som está todo nas mãos. Não importava qual guitarra que Eddie pegasse, soava como ele. Eu já o vi pegar o baixo de Phil Chen e soou como Eddie Van Halen no baixo de Phil Chen! Então, sim, a mão faz a diferença.”