É inegável: Gary Moore foi um dos guitarristas mais completos da história. A forma como o músico irlandês, falecido em 2011, transitou por diversos estilos, como rock, blues e jazz, quase sempre na linha de frente do processo de composição, evidencia sua versatilidade e genialidade.
Além disso, a gama de influências que construiu a personalidade do artista merece destaque. É evidente que Gary Moore estudou a obra não apenas de nomes mais tradicionais, como Eric Clapton e Jimi Hendrix, como, também, de músicos nem sempre lembrados entre os roqueiros “raiz”, como o gênio do jazz Allan Holdsworth e o subestimado gênio do blues britânico Peter Green, do Fleetwood Mac.
Gary Moore e o grande conselho
Moore dizia que o melhor conselho que já recebeu com relação a musicalidade veio de um de seus ídolos, o gigante Albert King: deixar espaço para a música, sem preencher todas as lacunas com guitarra ou mesmo com barulho.
Em antiga entrevista publicada pelo The Independent, ele cita: “Quando você cria o hábito de deixar espaço, você se torna um músico muito melhor. Se você tem um estilo expressivo e consegue expressar suas emoções por meio de sua guitarra, e tem um bom timbre, isso cria muita tensão para a audiência. Tem tudo a ver com a sensação. Se você tem o sentimento do blues, já é uma grande parte, mas você precisa dar espaço”.
Sob esse conceito, nasceram algumas das composições mais elogiadas do guitarrista, como “Still Got the Blues”, “Parisienne Walkways” e “Empty Rooms” – não por acaso, canções mais melódicas, que podem ser definidas como baladas. Todas elas apresentam transições que vão do solo mais marcante à base mais calma.
A edição 113 (maio de 2021) da Guitarload traz um especial sobre Gary Moore. No artigo, analiso a carreira de Moore, aponto os principais equipamentos que o músico utilizou ao longo de sua trajetória e indico os melhores álbuns produzidos por ele. A revista pode ser lida de forma gratuita, mas por tempo limitado, clicando aqui.