O guitarrista Marty Friedman revelou como é trabalhar nos dias de hoje com Jason Becker, seu antigo companheiro de guitarra na banda Cacophony. Becker, que desde os 20 anos sofre com a esclerose lateral amiotrófica (ELA), perdeu quase todos os movimentos do corpo.
Mesmo com esse enorme empecilho, Becker seguiu produzindo música nova a partir de um sistema revolucionário criado pelo pai, onde ele se comunica a partir do movimento dos olhos. O álbum mais recente do músico, “Triumphant Hearts”, foi lançado em 2018 e conta com a participação de grandes nomes da guitarra, como Steve Vai, Paul Gilbert, Joe Bonamassa e Uli Jon Roth.
Em entrevista à Ultimate Guitar, Marty Friedman, que também colaborou com o disco, destacou que trabalhar com Jason Becker “não é tão diferente” do que seria com uma pessoa sem as condições especiais do músico.
“Temos uma longa estrada juntos. Sabemos o estilo um do outro. Sempre me certifico de que ele seja brutalmente honesto e rigoroso comigo sobre o que ele quer de mim”, afirmou.
Jason Becker e a esclerose lateral amiotrófica
Jason Becker foi diagnosticado com a ELA, uma doença generativa e sem cura, no início da década de 1990. O problema de saúde é responsável por causar a morte dos neurônios de controle dos músculos voluntários, fazendo com que o paciente perca todos os movimentos do corpo.
O guitarrista era um dos virtuosos mais promissores do fim da década de 1980, ao formar o duo Cacophony, com Marty Friedman. Com apenas 19 anos de idade, entrou para a banda de David Lee Roth, então ex-vocalista do Van Halen, mas começou a sentir sintomas da ELA enquanto gravava o primeiro álbum ao lado do cantor, “A Little Ain’t Enough” (1991).
Embora tenha concluído as gravações do disco, Becker não conseguiu fazer a turnê de divulgação. Rapidamente, perdeu os movimentos do corpo, mas seguiu trabalhando como compositor. Ele se comunica a partir de um sistema inovador, desenvolvido pelo pai, Gary Becker, onde escolhe letras, notas e acordes a partir do movimento dos olhos.