O último álbum de estúdio do Nirvana, In Utero, é marcado por uma sonoridade mais crua e suja do que o antecessor Nevermind. Para muitos fãs da banda, os timbres de guitarra do trabalho final são insuperáveis.
Em recente entrevista, o produtor musical Steve Albini, que comandou a gravação do disco, revelou o segredo da sonoridade única de Kurt Cobain no registro lançado em 1993.
“Eu não estava tão familiarizado com o Nirvana, mas posso dizer que passei a apreciar a banda durante as sessões. Eu admiro seus integrantes tremendamente”, iniciou o profissional.
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Equipamentos do álbum In Utero
Albini relembrou o setup usado por Kurt Cobain na ocasião. “Ele utilizou algumas guitarras Univox Hi Flyer, que eram uma espécie de cópia da marca Mosrite. Além disso, Kurt usou uma Fender Mustang e uma guitarra Veleno que eu trouxe de Chicago e ajustei para canhoto”.
No entanto, um inusitado amplificador foi o responsável por tornar o som de guitarra de In Utero tão marcante.
“Ele tinha alguns amps que mais usava, como um Randall Switchmaster e um Fender Quad Reverb. Este último tinha algumas válvulas quebradas, então seu som de overdrive era realmente rouco e imprevisível. Kurt gostou muito desse som e o usou em praticamente todas as músicas”’, contou Albini.
Coragem artística
Em outra parte da conversa com a publicação Louder, Albini falou sobre o diferencial do Nirvana.
“Eles não questionavam as coisas que os emocionavam. Eles simplesmente faziam. Eles apontavam o nariz na direção que queriam ir”, explicou.
“Se uma banda está fazendo apenas o que o público quer, é possível perceber, porque a música não parece ter muita importância… Porém, as grandes bandas preferiam morrer a agir dessa maneira”, encerrou Albini.