Vivian Campbell é um dos grandes guitarristas do rock e metal, ainda que seu nome não seja tão comentado como o de outros colegas. Em seu currículo, constam trabalhos com o Def Leppard, Whitesnake, Thin Lizzy e outros projetos, mas foi com Dio que Campbell se consagrou de vez.
Integrante da banda solo do vocalista Ronnie James Dio desde a sua formação, em 1982, Vivian Campbell participou dos álbuns mais importantes do projeto: “Holy Diver” (1983), “The Last in Line” (1984) e “Sacred Heart” (1985). Ele acabou saindo em 1986, em uma briga com o cantor que durou até o falecimento dele, em 2010.
Nos últimos anos, Vivian também passou por maus bocados. Ele foi diagnosticado com um linfoma no início da década e segue em tratamento com imunoterapia. Além de falar mais abertamente a respeito de seu tempo com Dio, o guitarrista tem feito declarações saudosas sobre o cantor.
Em recente entrevista ao Planet Rock Live, o músico revelou, por exemplo, qual foi a técnica na guitarra que o fez conquistar Dio. Foi com a habilidade em questão que o guitarrista acabou entrando para a banda.
Inicialmente, ele refletiu: “Foi assustador sair de uma banda pouco conhecida em Belfast para ir até Los Angeles e tocar com gente cujas músicas eu ouvia há anos. Tive discos antigos do Rainbow e não era grande fã do Sabbath até Ronnie ter entrado. É estranho, porque essa era a fita que estava no meu carro quando recebi uma ligação para participar de um teste”.
Embora tenha se sentido intimidado e até inseguro, o guitarrista, então com 20 anos, topou o desafio e partiu para cima. “Dio me falou que queria um guitarrista ao estilo europeu, como (Ritchie) Blackmore ou (Tony) Iommi. Não entendi na época, mas os guitarristas técnicos de Los Angeles sabiam tocar, mas a personalidade deles era sufocada. Já do outro lado do país, éramos autodidatas, então precisávamos dar um jeito – o que favorecia a criação de uma personalidade”, afirmou.
Ter uma pegada própria foi o que trouxe destaque a Vivian Campbell. “Há algumas coisas que chamaram a atenção de Dio. Eu costumo colocar vibrato em acordes, acho que como resultado de tocar em Les Paul. Dá para ter um acorde aberto bem afinado, mas quando se chega à quinta ou sétima casa, soa diferente. Lembro de Ronnie dizer que adorava o jeito como eu colocava vibrato em alguns acordes”, disse.
Além dos vibratos em acordes, Campbell conquistou a vaga ao tocar algo relativamente simples, mas efetivo. “Todo guitarrista tem aqueles fraseados que se destacam e você sempre toca aqueles, mas eu gastei tudo e fiquei sem ideias, então comecei a tocar rock and roll básico, tipo Chuck Berry atualizado. Ronnie apontou e disse: ‘é isso, foi aí que descobri que você seria meu guitarrista’. Acho que ele gostava de quem não era tão técnico”, concluiu.