Confira:
O ano de 2013 está sendo bem movimento para você. Acredito que uma das principais novidades é a série de shows com Vinnie Moore no País, que ocorrerá agora em maio. Como surgiu esse convite? Você já conhecia o Vinnie?
Yeap! Foi tudo muito rápido. Me lembro de estar com o baterista Aquiles Priester comendo um lanche quando rolou umas ligações. Meu nome foi citado, e aqui vamos nós! Acredito que ele conhece meu primeiro CD, Boo!. Temos muitos amigos em comum também. Fiquei feliz com o convite e mais ainda por voltar a tocar no Brasil!
Você vai abrir as apresentações somente ou tocarão juntos em algum momento?
Sempre que me chamaram para cair na estrada foi para trocar figurinhas. A gurizada sempre precisa de um mineiro para contar umas piadinhas (risos). A ideia é a mesma: ser feliz enquanto se trabalha, então tudo pode acontecer. Estou preparado para qualquer coisa! Já estou feliz em dividir esses momentos importantes na carreira do Vinnie. O que vier é lucro!
Ainda sobre turnês, ano passado rolou uma com Tony MacAlpine na Europa. Como foi a experiência? Você tem tocado mais no exterior do que no Brasil?
UOW! Foi animal! Fizemos a Europa toda, praticamente. Muitos amigos, muitas experiências. Foi minha primeira vez morando meses em um ‘tourbus’ (ônibus especial para artistas). Eu e o Tony passamos por experiências pessoais parecidas durante a turnê, foi engraçado. A família aumenta a cada ano, isso não tem preço. é estranho tocar mais na gringa que no Brasil, mas estou feliz em representar as terras tupiniquins por aí.
Outro aspecto que tem movimentado sua carreira é o lançamento de singles. Percebo que você tem preferido lançar músicas separadamente em vez de um CD completo. E cada uma vem acompanhada de uma arte, um conceito. Por que optou por esse caminho?
Meu tesão está em “criar” e produzir coisas, então, quanto mais eu puder fazer isso, mais realizado me sinto. Trabalhar com singles me dá mais oportunidade de focar os detalhes. Quando se faz um CD, não há muito tempo hábil para isso. Fora o desafio de se trabalhar com apenas uma música: acaba dando uma pressão extra. No final de um ciclo de websingles, as pessoas vão entender o motivo de as músicas terem conceitos diferentes – segredo por agora (risos). Me sinto em casa neste mundo dinâmico e super transitório, cada hora uma novidade, uma nova experiência. Eu gosto da vanguarda, ela me seduz. As pessoas que acompanham meu trabalho já sabem e esperam coisas diferentes a cada projeto. Isso reflete a minha personalidade, então, se é verdadeiro, sempre funciona.
O próximo single anunciado será “Old Boy”. O que pode adiantar sobre a música?
Será o projeto com um grande número de profissionais envolvidos, todos amigos de longa data. O projeto está sendo produzido em diferentes estúdios brasileiros, incluindo o Ultra Violence Studios, Norcal Studios, Quality Records e Dalfembach Studio. O conceito gira em torno de uma mitologia sobre a fundação da Grécia, Rômulo e Remo. A ideia é passar o conceito de amadurecimento em seu sentido mais amplo. A vida é muito louca, merece uma homenagem! (risos). O Billy Sheehan, que fez o baixo novamente, chegou a comentar em uma entrevista que houve um amadurecimento geral que vai surpreender a todos. Está todo mundo empenhado na evolução, estou bastante animado.
Você é endorsee da Gibson e da Orange, duas empresas enormes. Você tem noção de quantos guitarristas gostariam de estar no seu lugar? (risos)
Já faz alguns anos que sou membro dessas famílias. Os convites foram sempre consequência dos trabalhos que começaram em meados de 2008. Acredito ter uma visão de patrocínio diferente dos brasileiros. O legal não é ganhar instrumentos tops de linha nem o status ao aliar seu nome a grandes marcas, mas, sim, a oportunidade de desenvolver novos produtos e vestir a camisa de pessoas que têm um sonho em comum. Acho injusto não citar as outras empresas que confiam em mim, então vou usar este espaço para isso. Gibson, Ernie Ball, TC Electronic, Monster Cables, Orange Amps, Mighty Bright, Morley, Morpheus, Takamine, Capcase e Mendes: fica o meu agradecimento público por anos de dedicação pelas minhas loucuras! Rock On!
Um projeto diferente em que você está à frente é a direção de vídeo do DVD do baterista Aquiles Priester. Ser um músico nessas horas facilita ainda mais?
Com certeza! O Aquiles é uma pessoa muito criteriosa e tem um jeito dele de produzir as coisas. é sempre desafiador trabalhar com ele, mas fico muito feliz em saber que tenho o respeito e a confiança de grandes profissionais como o Polvo. Lógico, sou formado em Produção Fonográfica e tenho algumas pós em Direção de Arte, o que proporciona a bagagem teórica, mas o feeling e o tesão de artista faz a diferença no resultado. Ele sabe disso, e o convite me mostra que não estou sozinho no mundo das loucuras. Chegou a um ponto da minha carreira em que as pessoas entenderam que o Piquê não é só um guri fazendo loucuras com a guitarra. Minha ligação com as artes visuais é tão forte e tão presente nos meus trabalhos que alguns dizem que sou um artista multimídia. Na verdade, eu sou! (risos).
Tem mais algo bacana planejado para este ano?
Depois de um longo hiato sem um site oficial, estou desenvolvendo novidades com meu irmão de vida mais velho, Gustavo Sazes (abstrata.net). Há anos trabalhamos juntos, ele sabe bem do que preciso, então podem ter certeza que mais qualidades visuais virão. Ainda tem o videoclipe do single “CHU”, projetos inéditos com a Gibson (também em vídeo), um projeto para o francês Yann Tiersen (conhecido pela trilha sonora do filme Amelie Poulain), tours – enfim, muitas coisas. Muitos segredos por agora! Gostaria de fazer mais trabalhos visuais para os músicos do Brasil, acredito ser uma forma de ajudar, por meio do meu nome, a aumentar a visibilidade das novidades brazucas para os gringos famintos por coisas novas. Convido o leitor a participar dos meus canais nas redes sociais. Também queria agradecer e parabenizar a Guitarload pela oportunidade e pelos trabalhos impecáveis!
Ouça o single “CHU”:
Entrevista por Fernando Paul (Revista Guitarload)