Por que a Gibson Les Paul 1959 custa tão caro, segundo Joe Bonamassa

As cultuadas guitarras Gibson Les Paul são vendidas a preços mais altos no mundo todo, mas as Gibson Les Paul 1959 chamam ainda mais atenção. Por que os modelos de 1959 são ainda mais caros? Joe Bonamassa explicou em entrevista.
Foto: divulgação

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Independentemente do ano de fabricação, as guitarras Gibson Les Paul são vendidas a preços mais altos, visto que são cultuadas por músicos em todo o mundo. Porém, o modelo Gibson Les Paul 1959 chama ainda mais atenção nesse sentido.

Por que, especificamente, as Gibson Les Paul 1959 são mais caras até mesmo do que os outros modelos de anos próximos? O guitarrista Joe Bonamassa, ávido colecionador de instrumentos vintage, buscou explicar as razões em entrevista à youtuber Kylie Olsson, com transcrição via Ultimate Guitar.

Bonamassa começou mencionando que nem o próprio Les Paul gostava das guitarras modelo 1959. “Você nunca veria Les Paul tocando em uma daquelas, pois ele gostava de captadores de alta impedância, com sonoridades mais claras e limpas. Seth Lover inventou o humbucker e isso ficou flutuando até alguém ter a ideia de usar apropriadamente”, disse.

Gibson Les Paul 1959 e os guitarristas da época

Foto: divulgação

O primeiro nome responsável por dar atenção às guitarras Gibson Les Paul 1959 foi Keith Richards, dos Rolling Stones, especialmente no programa de TV americano “Ed Sullivan Show”. A partir daí, outros músicos, inclusive britânicos, passaram a olhar para esses modelos com outros olhos.

“Eric Clapton tocava com uma Telecaster no Yardbirds, mas Jeff Beck usava uma Les Paul Sunburst. Daí, você começa a fazer associações com Clapton, Yardbirds, Jimmy Page (Led Zeppelin), Peter Green (Fleetwood Mac), Billy Gibbons (ZZ Top), Allman Brothers Band. Aí entra a mística. Eram guitarras de US$ 300 ou US$ 500, que estavam vendendo mais no início dos anos 1970 do que quando foram lançadas”, comentou Bonamassa.

De acordo com o guitarrista, a Gibson Les Paul 1959 custava cerca de US$ 8 mil no fim da década de 1970. Já em 1990, valiam entre US$ 25 mil e US$ 30 mil. Esses valores cresceram exponencialmente até chegarem a índices entre US$ 300 mil e US$ 400 mil em 2006.

“E tudo isso começou com alguns discos gravados com essa guitarra, como o de John Mayall com Eric Clapton, os primeiros do Led Zeppelin (apesar do primeiro ter mais Telecaster do que Les Paul), o ‘Truth’ do Jeff Beck, ‘Tres Hombres’ do ZZ Top, ‘Live at the Fillmore East’ da Allman Brothers Band. Os Eagles também entraram nessa e deu no que deu”, afirmou.

Demanda

A própria Gibson colaborou com esse valor altíssimo para as Les Paul 1959, de acordo com o músico. “Em 1968, eles relançaram a Les Paul, mas não relançaram a Sunburst que todos queriam e, sim, a Goldtop que ninguém ligava na época”, disse.

Por tudo isso, existem poucas guitarras Gibson Les Paul 1959 por aí. “Entre 1958 e 1960, eles fizeram cerca de 1,7 mil Les Paul Sunburst. Em 1961, entrou a SG, mas ainda chamada de Les Paul, então eles pararam com a Sunburst. Quantas Les Paul Sunburst desse período ainda estão por aí? Arrisco que entre 1,2 mil e 1,3 mil. Algumas estão alteradas”, revelou Joe Bonamassa.

Por fim, ele conclui: “Tudo isso perpetua o mito. Além disso, a qualidade das Gibson Les Paul da década de 70 não era como a dos anos 50. Houve uma tempestade perfeita, que causou a explosão na demanda, a mística e o valor alto”.

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