O evento Tagima Dream Team 2024 ocorreu na última semana e apresentou novidades muito interessantes para os guitarristas de plantão. A principal delas talvez tenha sido o lançamento da Tagima Grace 70.7, nova guitarra de Cacau Santos.
O modelo se destaca pelo acabamento diferenciado e peças escolhidas a dedo, mas uma técnica em particular chamou a atenção da equipe da Guitarload: o envelhecimento artificial do braço da guitarra, procedimento que usa reator e nitrogênio para trazer mais estabilidade ao pau-marfim.
Parceria com universidade
O luthier Marcio Zaganin, responsável pela produção, controle de qualidade e desenvolvimento de novos produtos da Tagima, detalhou o procedimento: “O braço é de pau-marfim, só que roasted [‘assado’, em português]. A gente conseguiu desenvolver isso no Brasil, pois, até então, só aparecia por aqui roasted maple.”
Segundo o profissional, a Tagima fechou uma parceria com uma universidade para efetuar o envelhecimento artificial. “A gente colocou essa madeira dentro de um reator e aqueceu a 120º ou 180º em uma pressão negativa a vácuo, porque, se você aquecer a madeira a essa temperatura, ela racha ou inflama.”
Envelhecimento de 200 anos
A intenção do método é “extrair todas as impurezas da madeira” e promover “estabilidade absurda”, disse Zaganin. “A gente injeta nitrogênio para ocupar os espaços. É um superenvelhecimento da madeira, como se ela tivesse 200 anos. Isso obviamente vai refletir no som e na estabilidade”, completou.
Por fim, o luthier revelou que a Tagima “está muito feliz com o resultado” e deve levar a técnica a outros modelos da marca. Em seguida, confira o bate-papo de Marcio Zaganin com a equipe da Guitarload durante o evento TDT 2024: