O guitarrista Jan Zehrfeld, líder do Panzerballett, detalhou a concepção do jazz-metal, gênero que a banda alemã ajuda a redefinir com o novo álbum Übercode Œuvre, lançado em abril.
Conhecido por mesclar complexidade técnica, experimentação e referências inusitadas — de Meshuggah a baladas com blast beats —, Zehrfeld vê a fusão entre jazz e metal como algo mais profundo do que um simples cruzamento de estilos.
“No final dos anos 1990, eu estava estudando guitarra jazz, mas havia crescido com uma forte paixão pelo metal”, explicou em entrevista exclusiva ao jornalista Marcelo Vieira. “O jazz tinha essa rica linguagem harmônica e liberdade para improvisar, enquanto o metal trazia energia bruta, ritmos precisos e um som poderoso.”
Receita complexa
Em vez de uma mistura superficial, Zehrfeld conta que procurou entender ambos os gêneros como “sistemas com suas próprias ferramentas — ritmos, harmonias, sons e, até mesmo, atitude —, identificando onde eles poderiam se conectar ou se desafiar”.
“Mas cada um também tinha seus pontos fracos: o jazz muitas vezes carecia do peso e da energia que o metal tinha, e o metal realmente não explorava a harmonia ou o ritmo de uma forma mais aberta ou flexível”, pontuou o músico.
Essa abordagem fundamenta a sonoridade do Panzerballett, que há 25 anos transita entre o virtuosismo extremo e a “loucura controlada” na busca por uma “transcendência musical”.
Em seguida, ouça “Bleed”, faixa que abre o álbum Übercode Œuvre: