Igor Gnomo, guitarrista e compositor de Paulo Afonso (BA), lançou seu novo álbum solo “Formiga Preta”, nas plataformas digitais, através do selo Digital Ruffo. O disco é o terceiro da carreira do músico e traz uma aposta em uma identidade jazz-rock-nordeste.
As faixas presentes no álbum são autorais – são dez, ao todo, compondo cerca de 45 minutos de duração. O material foi compilado em três blocos temáticos que se utilizam das raízes e influências distintas para transitar entre rock, baião, maracatu, ritmos africanos, além do jazz fusion e acid jazz, em um formato de quarteto com guitarra, baixo, percussão e bateria.
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Em nota, Igor Gnomo explica os blocos temáticos presentes em “Formiga Preta”: “As primeiras músicas são mais ácidas, depois dá uma caída para no fim voltar para cima. Quis manter a unidade do trabalho no timbre. E tem muito de minhas influências ali, de Gilberto Gil a Chico Science, Hermeto Pascoal a Red Hot Chilli Peppers, como também Mike Stern, por exemplo. Tem um direcionamento, mas tem também a improvisação”.
O disco foi produzido durante o isolamento gerado pela pandemia da Covid-19. Orlando Botelho assina mixagem e masterização. Junto a Gnomo, na banda, estão Gildo Madeira (percussão), André Jumper (baixo) e Thiago Reuel (bateria e direção musical.
O músico pontua: “A princípio a minha ideia era deixar uma coisa bem reta, bem rock, mas mudei o percurso desde que comecei a compor para o disco em 2018. Já vinha tocando em ‘jam session’ e preparando um show que seria lançado em 2020. A pandemia deu tempo para repensar esse conceito de música instrumental nordestina. Estou muito feliz com o resultado”.
Há, ainda, participações especiais dos músicos Derico Sciotti (da banda do programa de Jô Soares), que toca sax e flauta na faixa “A la Stern”; Italo Neno nos teclados de “Toil Land”; Marcelo Fonseca no violino em “Bolo de Milho”; Vivian Nascimento (coro) e Renam Mendes (acordeão) em “Forró do Seu Todynho”; Michael Pipoquinha no baixo de “Cura”; e Suzi Mariana com vocais em “Ao Comandante”.
“Formiga Preta”, está sendo lançado após ser selecionado pelo “Prêmio das Artes Jorge Portugal 2020 – Premiação Aldir Blanc Bahia”, da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb). Além do disco, o projeto ainda contempla o mini-documentário e clipe da composição “Cura” no YouTube (canal do artista).
O artista também pretende produzir um show para divulgação do álbum, assim que as restrições causadas pela pandemia chegarem ao fim. “Quero fazer uma apresentação que seja para o teatro, mas que possa também encaixar em locais abertos e não seja voltado ‘de músico pra músico’, descolar de música instrumental feita só para músicos. Pode rotular como um trabalho pop, porque quero é mostrar o lado do ‘mete dança do nordeste’”, diz.
Sobre Igor Gnomo
Natural da cidade de Paulo Afonso (BA), o guitarrista Igor Gnomo apresenta um trabalho autoral instrumental com influências do jazz, rock em simbiose com elementos da música nordestina (baião, samba de chula, maracatu) fortalecendo a representatividade da música instrumental produzida no interior do estado.
Em 2011, com o então Igor Gnomo Group, lançou o primeiro trabalho autoral, “NorDestino”, que foi destaque em revistas especializadas como Guitar Player e Guitarload. Em 2014, surge o segundo trabalho, “Alquimia, Trilhos, Poesia”, que gerou a circulação do grupo em festivais, dividindo apresentações com nomes como Armandinho Macedo, Stanley Jordan, Gabriel o Pensador e Luciano Magno.
Entre os eventos pelos quais a banda passou, estão, Rio Montreux Jazz Festival (RJ), Shell Open Air (RJ), FIG (PE), Sofar Sounds (BA), Garanhuns Jazz Festival (PE), Feira Noise (BA), Macuca Jazz e Improviso (PE), Mangaba instrumental (SE), Bond Jazz Festival (BA), Teatro Atheneu (SE), Teatro Dulcina (DF), Gravatá Jazz Festival (PE), Careta Amp (PE), Circuito Sesc de música instrumental (SE), Aldeia Sesc de Artes (BA).
Igor Gnomo também é empreendedor cultural, gerindo a escola de música Cemig Music e o Paulo Afonso Jazz Festival, além de aulas, gravações e produções virtuais.